quinta-feira, março 30, 2006

fly marcos to the moon

Numa tentativa de manter esse blog atualizado e antenado no que está acontecendo, vamos comentar a viagem de nosso ilustríssimo cosmonauta, Marcos Pontes.

Não estou empolgadíssimo nem achando a coisa mais sensacional que aconteceu à um brasileiro. Se fosse comigo ou com algum amigo/parente, aí pode apostar que eu estaria radiante.

Mas a questão é que tampouco sou contra essa viagem. Na verdade acho bastante importante. Ouvi um papo sobre o Lula ter feito questão de pagar a viagem com os russo só para que Pontes não fosse com a Nasa, mas ouvi na forma de boato, e não de notícia, mas se for verídico concordo que é uma grande palhaçada.

Analisando a situação apenas do ponto de vista de que o gasto dos 10 milhões não foi uma escolha, e sim algo totalmente necessário, creio que a palhaçada é da parte de quem critica esse tipo de atitude, que ao meu ver não é um gasto, e sim um investimento. Aliás, palhaçada não, ignorância.

Entra aquele caquético argumento de que “tem tanta gente passando fome no Brasil e gastam 10 milhões com isso”. Haja bonequinho pra ouvir a mesma coisa tantas vezes. Isso não é um argumento, é uma desculpa para a ignorância, falta de visão ampla, ou mesmo para a hipocrisia.

Uma missão astronáutica brasileira (mesmo que englobada por uma missão russa ou estadounidense) é sim algo de valor. Para aqueles que não sabem, existe um campo do conhecimento humano chamado ciência, em que o Brasil luta para achar e manter seu lugar. Ciência não é apenas pessoas indo pra lua ou catalogar espécies desconhecidas de animais, é o que possibilita termos toda essa tecnologia sensacional à nossa volta, e por mais que você se diga averso à ela, usa computadores, telefones, eletricidade, carros e o escambau a quatro, tecnologia não significa computadores de última geração, um monjolo é tecnologia. E na ciência existe uma parte dedicada à pesquisa pura. É sim um tiro no escuro, é um salto de fé, em que um assunto é estudado apenas por ser estudado, os frutos serão colhidos depois.

Assim o é com a missão de Pontes. É difícil justificar com números um gasto de 10 milhões de reais. Mas eu mesmo, em minha imensa ignorância já sou capaz de encontrar argumentos para tal. E o maior deles é a inspiração. Antigamente uma criança brasileira se contentava em comemorar o pouso de americanos na lua ou lamentar a perda de um ônibus espacial americano, as crianças da nova geração poderão se lembrar do nosso marco no espaço. Claro que comparando o histórico das outras nações ele é ridículo, mas só porque já foram lá primeiro não devemos nos preocupar mais em ir? O assunto gera debate e perguntas dentro da comunidade científica e dentro da sala de aula, causa interesse em um assunto morto na mente dos brasileiros e do mundo: conhecimento e conquista.

Acreditar que a viagem de Pontes é um desperdício de dinheiro é o mesmo tipo de mentalidade que povoa a mente das mulheres sem-terra que destruíram um laboratório de pesquisas. Está certo que o laboratório era de uma companhia privada que pode ter muitos podres, mas por que não destruir as casas dos donos que enriquecem com isso? Destruindo o laboratório dano maior é para o conhecimento. Raiva mal direcionada não dá resultados.

Vejo o assistencialismo e o sindicalismo lutando pela manutenção da servidão. Não há um interesse em mudar a situação, apenas em remenda-la. “Sou cobrador de ônibus e não quero catracas eletrônicas pois elas me tiram o emprego.” – Porra, a máquina é que não muda de função, o sujeito pode fazer qualquer outra coisa da vida, e pode contribuir realmente para o mundo, com criatividade e inventividade. Existe um medo da liberdade e da descoberta que agrilhoa a nação. É uma luta pela continuidade do marasmo. Eu sei que não é tão simples assim, mas ao menos eu percebo que o ser humano é uma entidade pensante e criativa, e não precisa ficar no mesmo emprego repetitivo, escravizante e enfadonho para o resto da vida.

Na verdade achei bastante irônico que essa missão tenha sido financiada pelo partido do assistencialismo. Um conhecido resumiu bem nossa situação: “Plantamos laranja e importamos suco de caixinha”. Nesse bate e boca sobre padrões de televisão digital a adotar, eu acho triste que não exista o padrão brasileiro, e não para que ele fosse eleito apenas por esse critério, mas porque ele seria de fato o melhor de todos. Mas não, tecnologia não é com a gente, temos que importar. Pesquisa não é com a gente, temos que sentar e ver os outros fazerem.

Marcos Pontes ir ao espaço não vai ajudar em nada a vida de Juvenal, o cobrador, isso é óbvio. Mas é uma semente plantada para que no futuro não sejam mais necessários cobradores. Os Juvenais ainda o serão necessário, mas em ramos em que eles serão conhecidos como Juvenal, não como “o cobrador”. A função não dita o homem, o homem dita a função.

A humanidade tem uma vasta gama de exemplos em que fizemos algo apenas para provar que podemos faze-lo. A presença de Marcos é isso. È mostrar que não somos um país de plantadores de laranja, mas de pilotos, engenheiros, cientistas e muito mais.

quinta-feira, março 16, 2006

it's my party

Vendo as fotos da minha festa Glam fui capaz de resumir a situação fraternal paulistana que vivo. Há alguns anos eu me sentia confortável para dar uma festa e saber que pessoas viriam e que seria legal, hoje não.

segunda-feira, março 13, 2006

diversidade

Li numa reportagem sobre a Bienal do Livro uma mulher dizendo que comprara muitas coisas "Tenho de Paulo Coelho à Nárnia."

Essa afirmação me intrigou. Ela por acaso estava se referindo à pluralidade temática de sua coleção? Como assim? Ambos exemplos citados são livros de fantasia infantil. Fiquei confuso.

Mas então me dei conta, a diferença é que Nárnia é um ótimo exemplo de literatura infantil bem-feita, enquanto Paulo Coelho é uma merda com capa dura.

quarta-feira, março 08, 2006

jogo dos 7 erros

Se você é de BH, esteve recentemente no bar do Gibi e se deparou com um postal da festa CENSURADA todo rabiscado, quem rabiscou fui eu. Sinto um certo desdém pelo CENSURADO e sua companheira CENSURADA (e o fato de já terem me perguntado várias vezes se eu sou ele não ajuda).

CENSURADA é uma relaxada. Ela é uma designer badaladinha em BH, e tem bastante envolvimeto na noite mineira. Entretanto, apesar de alguns momentos de inspiração, ela sempre se envolve em erros crassos de falta de atenção, falta de esmero, falta de consistência, falta de conceituação e sobra de arrogância.

Paralelamente trabalho em um pequeno escritório que lida com clientes grandes e agências grandes. Uma em particular (puxa, será que um dia mencionarei seu nome aqui?) é bastante confusa. Essa semana em particular tive que fazer um projeto que foi e voltou varias vezes por problemas de decisão e hierarquia da agência, que pouco ou nada tinham a ver com a minha capacidade de realizar o trabalho.

No longo tempo que fiquei sem trabalhar realmente na área de design, e também no começo desse emprego me questionei muito. Ficava me perguntando se eu realmente sabia o que estava fazendo, se eu tenho algum talento ou disciplina necessários na área. E honestamente ainda não sei, o que me orgulho é da minha consistência e ética, e da constante necessidade de fazer algo embasado.

Independente disso o que mais me revoltou em toda essa questão foi o fato de que eu fiz o meu trabalho bem constantemente, mas tinha que refazê-lo pois desde o primeiro momento ele saiu da agência confuso e mal acabado. Tentei apenas manter a consistência que achei necessária para que tudo ficasse coeso. Mas nada disso adianta quando aqueles que estão "acima" colocam o carro na frente dos bois. E que autoridade eles tem de questionar minha dedicação e qualidade se o nível de excelência exigido de mim é muito maior do que o exigido deles mesmos?

Por isso creio que na verdade minha implicância com CENSURADA é valida, e pretendo continuar com o Jogo dos 7 erros até que eu encontre algo que realmente me satisfaça.

Da agência, além de serviços constantes, eu pelo menos ganhei um elogio pela qualidade e agilidade do trabalho. Ainda bem que alguém reconhece que sou bom.

go ahead, punk, make my day


go ahead, punk, make my day
Originally uploaded by f_mafra.
A arma de mão mais mortal.

domingo, março 05, 2006

complexo de tyler durden

"Quanto você pode saber sobre si mesmo se nunca esteve numa luta?"

Eu não saberia dizer. Pois nunca me envolvi numa briga. Já estive em meio de confusões e participeis de pequenas disputas de poder, também troquei uns sopapos inofensivos com colegas de escola, o beça que o diga.

Pois bem, nunca tive tanta vontade de entrar numa briga quanto agora. Sou pacífico e esquelético, mas entendo o valor de uma boa briga. E sei que essa seria uma luta tola e meio sem propósito, mas o desprezo se mistura com a raiva e a vontade de defender a honra.

A irônia da situação me diverte.

sábado, março 04, 2006

Meu amigo palm

Estou postando do meu novo brinquedinho, um palm TX. Te falar que postar com Graffiti não é fácil, ainda mais sem saber os acentos. Sem falar que a conexão tá caindo direto. Agora vou almocar.

quinta-feira, março 02, 2006

palestra

Se quisesse a opinião de porco, ia discursar no chiqueiro!

palestra

Se quisesse a opinião de porco, ia discursar no chiqueiro!

get behind me satan

chega mais, satanás

meu amigo playstation

Depois da Mi, que é minha namorada e portanto, au concour, meu melhor amigo chama-se PlayStation 2. Mesmo com ela morando longe, é a pessoa com quem mais interajo, converso e me divirto, e depois dela, vem o PS2 (com o qual obviamente não converso, apenas xingo esporadicamente).

Antes de julgarem-me, não pensem que troquei meus amigos pelo PS2, eu fiquei sem o anterior antes de adquirir o posterior.

Em BH tenho alguns grupos de amigos, mais notadamente dois: Os Canastras e o Pendragon. Duas pontas em uma linha do tempo de 10 anos. Uma linha com altos e baixos, participações especiais e protagonistas diversos, mas uma linha sem qualquer falha.

Quando voltei a morar em São Paulo, continuei com inúmeros amigos mineiros. Em contrapartida, em SP passei um longo inverno, digno de Nárnia, sem rumo fraternal. Tinha conhecidos com os quais interagia espóradicamente, e um colégio inteiro que me ignorava completamente.

Batalhei mas conseguiu arrebatar algumas amizades muito boas, e um grupo à moda mineira até surgiu. Não tinha nome, mas chamarei aqui de Daltonettes. Mas o tempo passou e o grupo se dissolveu, eu arrumei dois namoros e parei de investir o quanto deveria nas supramencionadas amizades.

Ainda tenho sim um grupo de pessoas que gosto muito e encontro bastante. Mas eles estão englobadas por um grupo maior com o qual falo pouco e encontro menos ainda, e sinto falta. Não por uma razão maior do que simplesmente me fazerem boa companhia.

Assim, perco os filmes que entram em cartaz, pois não quero ser o chato que liga sempre, mais uma vez retrocedendo aos 17 anos, e alimento uma tola esperança de que irão me ligar. Puxa, mal consigo lembrar da última vez que me ligaram para um programa, ou quando fui numa balada. Não gosto de ir ao cinema sozinho, logo, fico em casa jogando Grand Turismo.