segunda-feira, agosto 29, 2005

agora fudeu mesmo

E meu pai acabou de ser demitido. Vai de mal a pior.

grumpy

não passei, problemas de relacionamento, problemas familiares, visitas constantes, sem dinheiro e ainda por cima meu pai me rouba meus cigarros.

tudo vai muito bem, claro.

sábado, agosto 27, 2005

erros primários

Meu pai usa um programa pra administração agropecuária chamado GVFarm. Eu não mexi nele o suficiente para julgar se é bom ou ruim, mas o velho gosta dele, tanto que o utiliza a anos e sempre conversa com o criador do soft para dar dias de possíveis melhorias.

De fato ele pode até ser muito prático e útil em termos de utilização, mas em termos de instalação e configuração ele é uma melequinha. O pior é que quando o programa não funciona devidamente meu pai vem falar COMIGO, sendo que são problemas do programa, não do computador, como se eu pudesse resolver a situação.

E meu pai ainda acredita em misticismos da informática, como a idéia de que o GV foi projetado para "qualquer windows". Isso não existe. Sendo essa plataforma xula, e mesmo que não fosse, cada versão do Windows tem diferenças com relações às anteriores que de fato podem afetar o funcionamento de programas antigos. Aquele adesivinho "designed for windows XP" não é apenas marketing. O fato do programa rodar apenas em contas de administrador não parece ser um alerta de que há algo errado com ele, nos olhos do meu pai. Agora, que o programa nem assim está funcionando meu pai quer que eu instale de novo. E não apenas isso, mas quer eu pegue na internet o arquivo de instalação novamente (que devo acrescentar: é um zip contendo meia dúzias de pastas que representam disquetes, para sentir o grau de atraso da coisa) como se miraculosamente, o MESMO arquivo vai se curar de eventuais problemas.

Essas coisas me deixam muito nervoso. Meu pai pede minha ajuda e não ouve porra nenhuma do que eu falo, de que essas "soluções" que ele apresentam não adiantam de nada, e que eu não sei fazer o programa funcionar quando o problema está nele. Quem pode resolver é quem fez o programa, é com ele que ele deve reclamar.

ARGH

quinta-feira, agosto 25, 2005

graham bell

Minha irmã arrumou um namorado. É um carioca mudo. Ele é mudo pois jamais me cumprimenta quando vem na minha casa, e também porque ele e minha irmã gostam de partilhar longos silêncios telefônicos.

Eles estudam juntos, passam tardes juntos e ele mora perto daqui mas mesmo assim ela constantemente me interrompe no computador pra conversar com ele, ou engaja nesses silêncios movidos a pulso.

Enquanto isso eu tento falar com minha namorada que mora a 600km e não consigo porque a Elisa não desocupa. E sequer atende as chamadas em espera.

IPC, sinceramente.

quinta-feira, agosto 18, 2005

la mer

Do Omelete:

Mais uma banda foi confirmada para a movimentadíssima agenda de shows internacionais no Brasil. A organização do Claro Que É Rock acaba de anunciar a presença do Nine Inch Nails como uma das suas atrações internacionais.

O festival, que chegou a mudar de data para aproveitar a agenda da banda, está marcado para acontecer nos dias 26 e 27 de novembro, simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro.


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu TENHO que ir nesse show! Mas eu não tenho dinheiro, não tenho emprego, não tenho renda e aparentemente NINGUÉM a minha volta entende isso! Estou gastando o dinheiro que NÃO TENHO pra pegar ônibus e as pessoas vem me falar pra "guardar". Guardar o que? Estou ficando até nervoso com a falta de sensibilidade. EU ESTOU FALIDO. É tão difícil de entender? E EU QUERO IR NO NIN!


o show de uma vida, nunca quis tanto ir a um show

sexta-feira, agosto 12, 2005

ch-ch-changes

Quando Lula foi eleito, escrevi um texto para o defunto 6emeia sobre o qual recebi um feedback de uma conhecida que eu até hoje digo que não entendeu patavinas do que eu estava querendo dizer.

Lembro, que dentre outras coisas, criticava o chavão "tem que mudar" que as pessoas defendendo sua eleição usavam à exaustão. E eu questionava: Mudar o quê? E ninguém me respondeu ao certo.

Agora, com todo esse escânda-lo eu perguntou: Mudou?

terça-feira, agosto 09, 2005

gen

Todo esse papo de bomba pode ser bastante desgastante. Cheguei a me sentir mal com uma das respostas que tive, pensei até em apagar meu posta atômico. Mas nunca achei certo isso, o que foi dito foi dito, mesmo que se retrate depois, é parte da evolução do pensamento (por isso sempre achei ridículo quando alguem zera o blog ou fotolog).

É tudo mesmo uma questão de honra, seguindo o bushido, você deve se responsabilizar por aquilo que fez.

Não sou militar, não tenho nenhum parente militar, nem algum parente que tenha vivido a guerra.

Taopouco sou Japonês, aliás, como já falei, não tenho nenhuma herança histórica clara, embora eu tenha algumas vezes estabelecer conexões com meus antepassados. E já choraminguei por conta das minhas questãoes de falta de identidade.

Mas foi justamente no Japão que encontrei um lugar que admiro, com todas as suas belezas e defeitos, a história, a arquitetura, o povo, a cultura, a comida e a língua, tudo me atrai. E eu sempre tive um enorme respeito por eles. Não é a toa que quero tanto ir pra lá e compreender exatamente como eles funcionam e o que é de fato ser um japones (algo que jamais serei, e tenho plena consciência disso antes que me chamem de louco).

O que quero dizer é que eu de fato fiz uma análise fria dos eventos, pois tenho uma certa curiosidade com relação à estratégias de guerra, e acho a segunda guerra mundial um assunto fascinante e multidisciplinar. Não a endosso, mas não viro a cabeça para ela.

Eu entendo o horror, nunca cheguei perto de algo assim, e muito menos quero. Mas já vi relatos, vídeos e fotos demonstrando bem o que de fato deve sentir alguém nessa situação: desespero. Foi de fato algo horrível, e que seja assim, algo sempre no passado.

o dia seguinte

Bem, vendo a reação do Marcos (e nossa posterior discussão) gostaria de deixar algumas coisinhas claras para que não haja um maior número de desentendimentos:

Não acho a bomba uma coisa bonitinha, e também não acho que os EUA a lançaram por compaixão. Se exibir e amedrontar a URSS talvez seja conspiratório demais, embora bastante possível, mas de fato creio que, além de economizar vidas de soldados perdidas em uma eventual invasão, lançar a bomba foi uma real maneira de testá-la, e compreender todos os seus efeitos.

Como eu falei, era outra guerra, e outros tempos. E o peso da guerra no Japão pesava sobre uma população que pouco ou nada podia fazer, apenas sofrer. Claro que houve um sofrimento gigantesco por parte de quem teve contato com a bomba, e fico deprimido quase ao ponto de chorar de pensar no horror que deve ser passar por isso.

Naturalmente, a história é escrita pelos vencedores, e como o próprio Robert McNamara disse, ele muito bem podia ter sido julgado e condenado em um tribunal de guerra pelas decisões que tomou, só não foi pois estava do lado vencedor. Na guerra, algo terrível, até o seu final vem com um gosto amargo.

A bomba não é algo fofo e legal. Eu apenas quis colocar o acontecimento em perspectiva e ver o que aconteceu depois dele: Rendição japonesa; ocupação americana; reforma no sistema de governo japones; renúncia à guerra; renascimento nipônico. Outras decisões poderiam ter o mesmo resultado, claro, mas estou tentando olhar para o que de fato aconteceu.

Bom, não sou o único que pensa dessa maneira, e tem vários que discordam. Que venham os debates!

segunda-feira, agosto 08, 2005

necessary evil

Este era o nome do avião, que junto com o Enola Gay e The Great Artiste partiu para a cidade de Horoshima em 6 de Agosto de 1945.

Não sei se foi intencional, mas é uma ironia do destino que tal avião, que foi o responsável por tirar as fotos da missão, tenha participado desse evento que, em minha opinião foi de fato um mal necessário.

Com as "comemorações" dos 60 anos da queda da bomba em Hiroshima, acabei pensando mais no assunto do que de costume. Todos são contra o uso de armas nucleares e tudo o mais, e eu me incluo entre eles. Mas a guerra no pacífico foi em uma outra época, e carregava outro peso.

É fácil apontar o dedo aos EUA e xingá-lo por resolver destruir duas cidades em um estalo de dedos (sendo que na verdade havia mais cidades na "lista negra", embora Tokyo e Kyoto estivessem de fora). Mas não imagino que tenha sido uma decisão fácil.

Guerra é guerra, e independente do motivo pelo qual se está nela, queremos vencer. O fato é que o Japão realmente não estava lutando por uma causa justa; como a Alemanha, queria anexar novos territórios, e se livrar de pessoas indesejadas (como koreanos e chineses); e ele de fato começou a guerra (não vou começar outro papo polêmico incluindo Pearl Harbour aqui).

Mas o que sempre eu quis saber a respeito da segunda guerra é como o povo alemão vivia e pensava. Como será que eles lidavam com aquela idéia colocada pelos seus governantes? Eles concordavam de fato? Como era o dia a dia da guerra? E a mesma dúvida pairava sobre mim quanto ao Japão. O que ajudou a sanar isso foi justamante Gen (cuja segunda parte li recentemente). A guerra no Japão foi uma decisão arbitraria, militar e imperial, o povo pouco ou nada podia fazer a respeito. Na verdade, a guerra custou muito ao povo japones, que seguia e venerava cegamente seu imperador e quem ousava questioná-lo sofria graves conseqüências, um panorama que compreendi graças à primeira parte de Gen, que lida com os dias antecedentes à queda da bomba.

A segunda parte, que mostra o dia seguinte, é ainda mais triste do que a primeira. Vemos o desespero e desolação da cidade depois de um ataque mosntruoso sobre o qual não houve aviso e mal se entendia.

Mas o Japão já estava perdendo a guerra, e ia com certeza perdâ-la. Não havia maneiras de sobreviver na frente russa e americana simultaneamente, e uma invasão da ilha acabaria em mais derramamento de sangue. Os militares não estavam interessados em um Japão melhor ou no bem estar da população, eles seguiam cegamente o bushido (caminho do guerreiro) e não queriam entregar a guerra; colocando inclusive uma perspectiva otimista demais no caso de uma invasão.

O fato é que mesmo com algum movimento civil pedindo o fim da guerra, o Japão não iria recuar até que o último homem estivesse em pé. Então os EUA decidiu dar um chega pra lá atômico e mostrar que eles tinham a maneira definitiva de acabar com a guerra, e que ela não seria bonita.

Claro que podemos pensar "e se", talves uma invasão não tivesse as mesmas conseqüências desastrosas que as bombas (sendo a mais visível dela os efeitos de envenenamento radioativo). Mas a vida, e a guerra não são feitas disso, são decisões absurdas e calculadas. Vendo um outro documentário, sobre Robert McNamara, vi sua participação em calculos de eficiência nos bombardeios sobre o Japão, a precisão dos números eram assustadoras, e na verdade os bombardeios convencionais e incendiários mataram muito mais gente que as duas bombas. A grande diferença é que sem as explosões, o conflito se arrastaria ainda mais, desgastando um povo já sofrido.

A bomba não é bonita, mas nem era a situação interna do Japão. E hoje ele é um exemplo, sendo o único país a sofrer esse tipo de ataque, ele deu a volta por cima, voltou o orgulho nacional para dentro de si para se reerguer e coloca em perspectiva os resultados da guerra como uma maneira de ver o futuro que não quer para si.


RESET

quinta-feira, agosto 04, 2005

bond wheels

Já imaginaram o James Bond andando nisso?



Graças a um boato, agora eu já imaginei. Só que eu não quero é ver!

quarta-feira, agosto 03, 2005

família mafra


família mafra
Originally uploaded by f_mafra.
Eu moro aqui.

Agora, além da Wikipedia, estou viciado no Google Earth, esperem só eu começar a combinar essas duas ferramentas fenomenais.

Carta aos petistas

Por Marcelo Tas. Tenho que criar o hábito de ler o blog dele.


Por não ser petista, sempre fui considerado "de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido Partido dos Trabalhadores.

Vejam, nunca fui "contra" o PT. Antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro". A produtora de televisão que ajudei a fundar no início da década de 80, a Olhar Eletrônico, fez o primeiro programa de TV do PT. Do qual aliás, eu não participei.
Desde o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores. Vou citar duas.

Primeira: nunca engoli o comportamento homossexual dos petistas. Explico: assim como os viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam: deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos.

Segunda: o nome do partido. Por que "dos Trabalhadores"? Nunca entendi. Qual a intenção?

Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos?

E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido". Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles.

Repare no choro do Zé Genoníno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o partido. Isso é: procurar emprego. São palavras dele, não minhas.

Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido. Pra rotina mole de atirar pedra em vidraça.

Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!!

Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos de um pequeno negócio, como uma padaria ou de um mísero botequim?

Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris... misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França... outro que tá mais enrolado que espaguete.

Eu não torço pelo pior. Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de verdade.
Mas pelamordedeus, não me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem caixa 2... Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do início jogando todos na lama.


Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa gente.

Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. Juntem todos os "dirigentes", "conselheiros", "tesoureiros", "intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da realidade numa grande plenária. Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão procurar um emprego para sentir a realidade brasileira. Vai lhes fazer muito bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.

Assinado: Marcelo Tas