sexta-feira, dezembro 28, 2007

join up!


Não há mais romance na guerra

Tive um fim de ano militarístico. Quem me conhece sabe que me interesso por assuntos relacionados à guerras e conflitos em geral, não que eu entenda muito do assunto, e de longe creio que Guerras são a solução para qualquer questão. Mas negar que algumas guerras foram necessárias, e acreditar inocentemente que elas não ajudaram a nos moldar como uma sociedade, isso não faço.

Tendo dito isso, já era um fã de longa data do filme Starship Troopers, sem nunca ter lido o livro. E agora que o li, me tornei um fã de ambos. Para quem não sabe, Starship Troopers é um clássico da ficção científica com uma fortíssima veia militar, e é basicamente um veículo para as idéias políticas e filosóficas de seu autor: Robert A. Heinlein (de Um Estranho Numa Terra Estranha).

A idéia central do universo de STPs é que civis não são cidadãos. Para se tornar um cidadão pleno, com direito à voto e concorrer na política é preciso alistar-se nas forças militares, cumprir um termo básico de serviço e se aposentar (com honras, claro). Um fato importante na organização militar da Federação é que todos lutam. Não há serviços confortáveis em escritório, e para seguir carreira de oficial é preciso estudar muito e lutar ainda mais. Funções burocráticas, de instrução, recrutamento e manutenção são realizadas no tempo "livre", por civis contratados ou soldados incapacitados (a maioria mutilados) que se negam a sair da corporação mesmo com a óbvia dispensa médica.

A teoria por trás dessa aristocracia meritocrática voluntária é que alguém que se alista nas Forças Armadas está disposto a colocar seus interesses pessoais, ou sua própria vida, em segundo plano em relação ao bem comum. Voluntários militares possuíriam uma abnegação natural inexistente naqueles que não têm coragem de lutar. E por conseguinte também seria uma maneira de acabar todas as revoluções. Já que a revolução é resultado de insatisfação com um instinto de lutar, ela jamais aconteceria, pois todos aqueles que têm o instinto de lutar já estão na classe que detém o poder e portanto as ferramentas de mudança sem o uso da violência.

Mas não se engane, em STPs existe plena liberdade de expressão e de ir e vir. Qualquer um pode reclamar a vontade, mas não são todos que podem fazer algo a respeito. Existem outras questões levantadas por Heinlein no livro, como pena capital e como criar seus filhos, mas isso seria uma outra discussão.

Honestamente, não posso dizer que discordo. Já declarei que ao menos no papel, concordo com qualquer forma de governo: Anarquismo, Totalitarismo, Comunismo, Democracia e provavelmente outros que nem conheço. Mas isso, no papel, pois na vida real todas as formas de governo são falhas, em especial uma baseada em dar poder apenas àqueles que detém a força.

E é aí que entra o filme de Starship Troopers. Dirigido pelo mestre Paul Verhoeven (de RoboCop e Vingador do Futuro) ele é em essência uma paródia de tudo aquilo que o livro representa. E o faz com acidez e bom-humor excepcionais.

Vários elementos do livro foram mudados, o que a maioria dos fãs reclamam é a falta da Powered Armor, um ítem importante na história, ignorado pelo filme; mas ela é apenas um elemento high-tech em uma história que lida com questões muito mais profundas, e para a mensagem do filme se tornar clara ela não é necessária, talvez até distraísse do ponto (que tão poucos conseguiram capturar). Embora sua presença no livro seja um marco na história da Ficção Científica, no filme ela seria apenas um gadget numa história sobre conflitos, e não gadgets. No final o filme consegue apontar dedo e dar risada de toda a exarcebação militar presente atualmente nos EUA.

O que conecta-me a outro filme que vi recentemente, Why we Fight, documentário justamente sobre a industria de armas e sua influência em escalar o tamanho e quantidade de conflitos militares no mundo. Basicamente denunciando as indústrias que no "futuro" irão fabricar as Powered Armors. Industrias essas que por tabela enchem os bolsos de contrabandistas de armas, como no outro filme recente, Senhor das Armas.

Com Nicolas Cage e Jared Leto, dirigido por Andrew Niccol (do maravilhoso Gattaca); o filme consegue levar as questões de War on War ao seu extremo dramático, com uma acidez semelhante á de Starship Troopers, mas com um cinisismo ainda maior, já que o narrador é o vilão/herói da história.

E a maneira como a presença militar atua hoje em dia, é basicamente uma máquina de jogar tempo e dinheiro (além de vidas) no lixo, como é possível ver em Soldado Anônimo (de Sam Mendes, que nos trouxe Beleza Americana). Um conflito envolvendo 500.000 tropas em que passa-se mais tempo esquivando-se do tédio do que combatendo o inimigo.

E é exatamente isso que a máquina militar se transformou hoje. Um enorme desfile de gastar recursos que podiam ser melhor empregados simplesmente para defender interesses econômicos atravéz de Intimidação. Onde cada lado fica mostrando o tamanho de seu pinto até que o outro corra de medo de ter seu cu arrombado. Não existe mais defesa de território, liberdade ou ideologias. Os pobres soldados são tão enganados quanto os civis, e não detém poder algum. Robert A. Heinlein estava errado, Dwight D. Eisenhower estava certo.

Agora vou jogar America's Army.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

corram party


As inscrições pro Campus Party já estão à mil. Literalmente. Das 3 mil vagas, quase metade já foi. E ainda está acontecendo uma promoção de 100 ingressos grátis. Pode ser que já tenha acabado, senão, está acabando - portanto: corram.

Pena que tiraram meu nome do site. :(
Mas estarei lá!

UPDATE: A promoção já era. Mas ainda estão abertas as inscrições normais.

apple, shut me up

Bom, se a Apple quiser fechar meu blog, lá vai:

"I believe in January will be seeing a brand new device from Apple: A multi-touch notepad to wipe-out Microsoft's UPC. It shall be called MacNote"

Aguardo o contato dos advogados

sábado, dezembro 22, 2007

please don't go, FSJ

A história da Apple comprar o silêncio de webautores está crescendo como uma bola de neve. Tanto que achei que merecia um post só pra dizer isso, mesmo que pequeno (ao invés de dar um update nesse aqui).

Agora meu admirado Fake Steve Jobs está na mira dos advogados da maça também. Inicialmente confesso que fiquei confuso, já que antes de mais nada FSJ é um piadista, e não sabia se era fato ou não. Considerando que não é primeiro de abril, acho que ele está extendendo demais o assunto para ser só uma pregação de peça.

Me faz lembrar a propaganda de um computador inspirada em uma revolução anti Big-Brother (de 1984, não o reality show, sou obrigado a dizer) e controle total. Puxa, de quem era mesmo?



Xmas update: De fato os posts que preocupam a Apple têm a ver com "informações vazadas". E parece que FSJ tomou a rota nobre, se esse post for verdade, confesso que eu pensaria a respeito (ao menos em minha atual posição.

muito amor pra dar

Sou um espectador da série Big Love da HBO. Para quem não sabe ela trata de uma família suburbana mórmon norte-americana, que seria típica não fosse o fato de ser composta por um homem, três mulheres e uma renca de filhos.

A poligamia é ilegal nos Estados-Unidos e não é reconhecida como uma prática pela Igreja de Jesus-Cristo dos Santos dos Últimos Dias (ao menos não mais). Entretanto é de fato praticada por alguns indivíduos e em algumas instituições duvidosas como a Igreja Fundamentalista de Jesus-Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Eu honestamente não estou nem aí se o meu vizinho pratica poligamia ou não. Muitos homens sonham em ter mais de uma mulher. Mas para ser bem honesto, só um louco pra tentar isso pra valer. Se eu já apanho para entender uma só, ou quase uma, imagine então duas ou mais. Claro que instituições reclusas e duvidosas como a supra-mencionada não têm a minha simpatia.

Mas o que me intriga nessa história toda é Hugh Hefner, o conhecido e simpático fundador do império Playboy. Assistindo ao programa Girls of The Playboy Mansion, logo vemos que ele é adepto do princípio, algo que ele pratica há muito – aliás, monogamia é a exceção para ele. Entretanto o comportamento dele é bastante (amplamente seria uma palavra forte demais) aceito, tanto que o programa é um de destaque no canal E!.

A hipocrisia (em potencial?) me chama a atenção. E o pior de tudo é que no caso de Big Love, cada uma das esposas do personagem principal é uma mulher formada, com seus defeitos e qualidades. Já no caso de Hef, são um trio das estereotípicas bimbos, cujas únicos atributos são cabelos loiros e corpo em forma.

Quando é só putaria, até pode, mas se você quer ter uma pegada religiosa na questão, aí não...

sexta-feira, dezembro 21, 2007

um pouco mais 2.0


Há um tempo atrás estava discutindo flash drives e afins com meu pai. E ele questionou qual a necessidade de se ter drives tão pequenos com capacidades tão grandes. Para aqueles que ainda se perguntam isso, direi o que disse à ele: A tendência atual é você deixar cada vez menos informações no computador, deixando-o como uma pura ferramenta de trabalho, e carregá-la consigo para onde for.

Acompanhando os flash drives temos inúmeros serviços na internet: Emails com capacidades enormes, agendas, redes de amigos, drives virtuais e muito mais.

Paralelamente, costumo brigar com alguns amigos entusiastas de internet quando tenho que avisá-los que há coisas novas de seus interesses em meu flickr blog ou coisa que o valha. Sempre digo que isso é muito retrógrado e que eles deveriam ser mais 2.0.

Agora vem o mea culpa. Nunca me aprofundei no uso de RSS e Atom, tenho usado porcamente o leitor que vem no GoogleDesktop e meus blogs favoritos no Technorati, e só. O que significava ter que ficar pulando de site em site atrás de certas novidades. Até agora.

Na casa da Mi aprendi a usar o GoogleReader. E todos vocês lendo isso deviam fazer o mesmo. Usar um leitor de feeds atrelado a um computador meio que derrota o propósito de se manter atualizado sempre, já que muitos de nós usam mais de um computador, incluindo diariamente. Creio que a combinação ideal é organizar seus feeds preferidos no Reader e pegar o feed do próprio Reader no GoogleDesktop ou em alguma extensão do FireFox em seus computadores pessoais.

Agora, se você não sabe o que são feeds, RSS, Atom ou FireFox, não sei que diabos está fazendo aqui. Crie vergonha na cara, leia na Wikipedia e corra atrás. Agora, se você não sabe o que é Google, se mate, agora.

another one bites the apple




Resuminho da situação: A Apple entrou num acordo com o site Think Secret, um site de fãs que fofoca sobre possíveis lançamentos da companhia. Uma batalha judicial tem sido travada desde que os sites PowerPage, Apple Insider e Think Secret vazaram informações sobre o lançamento do MacMini em 2005. A Apple queria desesperadamente que as fontes dos sites fossem reveladas. No acordo foi estipulado o desligamento do site e provavelmente uma polpuda soma em dinheiro.

Não discuto que manter segredos industriais seja importante para a sobrevivência de uma companhia, assim como o boca-a-boca/hype. A questão era que os blogueiros citavam o direito jornalístico de manter suas fontes em sigilo, enquanto a Apple argumenta que blogueiros e donos de sites não são jornalistas e portanto não têm os mesmos direitos.

Desenvolvo esse argumento(canalha) para concluir que quem não está protegido pelos mesmo direitos não está atrelado às mesmas obrigações. O que para mim é algo pior ainda, e que coloca aqueles que levam a sério sua posição como jornalistas livres em uma posição vulnerável e de maior descrédito.

Até grandes veículos se pronunciaram em favor dos autores durante o caso. O que pra mim é uma notícia feliz que ajuda a colocar essa história sob um ponto de vista agridoce.

Serem reconhecidos e defendidos por veículos tradicionais é uma conquista importante para os fornecedores independentes de informação (proclamo direitos autorais sobre este termo!). Infelizmente isso se deu sob a luz de um processo feio, onde uma corporação mais uma vez se coloca à frente do direito de um indivíduo. Essa é a diferença entre um jornalista tradicional e um fornecedores independente de informações, ele dá pessoalmente sua cara a tapa constantemente, e não tem uma empresa por trás que pode ajudá-lo (se caso for de seu interesse, claro).

Outro problema desse caso é que ele pode gerar um precedente legal (no caso dos EUA) ou moral (no caso do resto do mundo), estipulando que blogueiros, donos de site e jornalistas cidadãos em geral, não são jornalistas e são obrigados a revelar tudo que uma grande companhia quiser (A Apple chegou a ter acesso a e-mails). Todo tipo de situação em que o poder de corporações é legitimado em detrimento do poder e liberdade individual me assusta e me enraivece, especialmente num caso como esse, contemplando uma atividade da qual (mesmo que levemente) faço parte.

Como foi feito um acordo, não há precedente legal. Mas a mensagem que a Apple manda é "te dou uma grana, e você cala a sua boquinha pra sempre". De fato colocando uma etiqueta de preço na liberdade de expressão de um sujeito que só queria partilhar sua curiosidade por algo que gosta.

No fim das contas, com o acordo o ThinkSecret conseguiu manter sua fonte anônima, ao custo de sua "vida". Espero que essa decisão tenha sido considerada como a única alternativa para proteger uma fonte (a alternativa nobre) e não como uma chance de tirar uma grana extra (a alternativa podre). Mas parece que estou enganado, já que o advogado do ThinkSecret está falando por aí que a Apple saiu perdendo e a liberdade de expressão venceu, não consigo entender como aceitar um suborno para calar a boca é uma vitória. Honestamente, me parece que ninguém saiu ganhando, já que o site foi calado e a Apple não conseguiu a informação que queria.

Como disse, concordo que o vazar de informações constitui um problema para a Apple (como para qualquer empresa), mas esmagar um agente externo por causa de um problema claramente interno me soa bastante injusto. A Apple deveria de fato rever internamente como a informação e o treinamento de seus funcionários atua para evitar que esse tipo de coisa se repita, já que ela preza tanto pelo sigilo.

Jornalistas por opção, uni-vos!

sexta-feira, dezembro 14, 2007

fuck peta

Eu sempre achei que a PeTA tinha algo de suspeito...

quinta-feira, dezembro 13, 2007

war on war

Acabei de ver isso na TV. Fenomenal, nem tenho como descrever, quase chorei de desespero. Muito melhor do que qualquer coisa que o Michael Moore possa fazer:

Da necessidade de civilidade aérea nacional

Esse texto foi originalmente publica no Overmundo e removido poucas horas depois.



A crise aérea aparentemente passou, e essa semana o assunto entre as companhias aéreas e a Infraero é a possível aquisição do novo Airbus A-380, o recém-lançado maior avião de passageiros do mundo. Mas com ou sem crise aérea, a questão maior é: Temos a capacidade de suportar o uso de uma aeronave desse tamanho?
Estive no aeroporto de Cumbica na terça-feira para conhecer esse mamute dos céus, apenas um dia depois de voltar de uma viagem não livre de incidentes de incompetência. O ponto que quero fazer é simples, mas para compreendê-lo terão que me aturar nesse pequeno diário de viagem:

Na sexta-feira em que parti já houve problemas, não por parte da companhia, mas por parte dos próprios passageiros. Após aguardar cerca de 15 minutos em uma organizada fila, tive o desprazer de ser passado para trás por um trio de passageiros que deixara seu amigo na banheira da fila enquanto eles iam fazer sabe-se lá o que. Quando terminaram seus afazeres simplesmente se juntaram a ele e passaram na minha frente como se não houvesse problema algum. Quando chego ao aeroporto, minha primeira atitude é o check-in, todo o resto pode esperar, afinal estou ali para pegar um avião, não para fazer compras, navegar na internet ou flertar com atendentes de companhias aéreas.

Sempre há um espertinho. Quando se trata de filas e esperas, os adeptos da “lei de Gerson” sempre saem de suas tocas. No recente programa “Aeroporto 24/7” retratando o aeroporto de Cumbica não faltam exemplos de passageiros impacientes sem motivo algum que não conseguem compreender que existem outras centenas de pessoas ali com os mesmos direitos e restrições.

Após alguns atrasos de praxe, a aeronave onde estava ainda foi atrasada ainda mais pois uma misteriosa passageira despachou suas malas mas não embarcou. Tivemos que aguardar enquanto sua suspeita bagagem era removida do porão. Obviamente diversos resmungos de indignação foram proferidos pelos que estavam no avião, sem parar para pensar um minuto no possível risco que uma mala sem dono pode representar para suas vidas. Não sou paranóico, e acho difícil acontecer algum atentado a bordo no Brasil, mas é melhor prevenir do que remediar. E a espera nem foi tão longa, mal terminou o aviso do capitão, já estávamos em movimento.

Mas a experiência mais indignante foi o regresso à São Paulo. Não vem ao caso anunciar qual de aeroporto eu parti, apenas que ele existe, e pertence a uma capital. No check-in, duas filas: Uma modesta e outra ofensivamente quilométrica. A lógica aplicada era a seguinte: Aguarde na fila absurda, quando o check-in para seu vôo estiver perto do fechamento, vá para a fila menor. Ou seja, se você chegar civilizadamente cedo e esperar na fila que mais parece um xingamento, você corre o risco de ter que mudar para a outra depois de esperar umas duas horas e ficar atrás de um sujeito que acabou de chegar.

Com esse sistema estupendo, em um vôo marcado para partir as 11:35, meu check-in foi realizado as 11:15, e o horário de embarque no cartão era de 11:05. Procurei mas não encontrei a máquina do tempo. Na sala de embarque sequer encontrei bancos o suficiente para comportar a quantidade de pessoas esperando, acomodei-me no chão frio e duro como muitos outros. No alto-falante, dois anunciantes diferentes brigavam por atenção em um sistema de som com péssima qualidade e quase incompreensível, em diversos momentos falando ao mesmo tempo. Após a troca de portões, afobados formaram uma fila inútil ao saber que a aeronava estava em solo. Me acomodei novamente no chão, e levantei-me apenas ao abrir das portas, e embarquei junto com aqueles que decidiram ficar meia hora em pé.

O resultado final foi que cheguei a São Paulo apenas as 14:30. Acordando no mesmo horário e pisando fundo, teria gasto o mesmo tempo de carro. E na chegada, mais papelão dos passageiros: Mesmo sendo avisados da não-permissão todos sacaram seus celulares para conversas importantíssimas do tipo “já cheguei, estou no avião.” Com total conivência dos comissários. No trajeto da aeronave até o terminal, um sujeito teve a proeza de realizar quatro ligações telefônicas, todas as quais poderiam ter sido feitas enquanto aguardava sua bagagem ou no táxi. Na esteira, famílias de cinco pessoas tinham a necessidade de ficaram inteiras na beirada da esteira, afinal, apenas uma pessoa não pode pegar as malas enquanto os outros aguardam confortavelmente; e surpresa: ninguém falava ao celular. E na saída das bagagens não havia viva alma para me assegurar de que não estava roubando a mala de ninguém.
Isso tudo aconteceu em um Boeing 737-800, com capacidade para 189 passageiros. Em sua configuração mais folgada um A-380 carrega 525 pessoas, e na mais apertada, 853. Além disso, o 737 é o avião mais popular do mundo, com um pousando a cada a cada cinco segundos com mais de 1,250 aeronaves sempre no ar. Se não possuímos a capacidade de manejar um vôo na aeronave mais comum de todas, como faremos para a maior e mais incomum?

É uma questão de ostentação. Coisa que nós brasileiros adoramos. Antes de arrumar o vazamento do banheiro, compramos um iPod. Antes de reformar os aeroportos e treinar os profissionais, compramos um avião monumental.

Tudo que se discute sobre a adoção nacional do A-380 são questões como tamanho da pista ou quantidade de rampas de acesso, mas e a educação? Visitando a aeronave tive a oportunidade de conhecer os bastidores de Cumbica, e notei o bom-humor e boa vontade de inúmeros funcionários, que entendem as limitações e riscos envolvidos em se estar em um aeroporto. E quanto aos passageiros?

Se um vôo de 200 pessoas atrasou tanto, imagine um com 800. Com ou sem A-380 os passageiros brasileiros ainda precisam aprender muito sobre civilidade. O sistema aeroviário tem um equilíbrio delicado a ser mantido, com questões logísticas e de segurança a serem observadas. Claro que uma ligaçãozinha depois que o avião pousou não o fará cair, mas se você dá a mão, logo querem o braço. Quanto mais permissões você dá, e mais complexas as regras, mais fáceis elas são de quebrar.

Passageiros se comportam como crianças, furando filas, dando chiliques, se achando mais importantes que todos os outros à sua volta. E não irão mudar esse comportamento facilmente. A responsabilidade disso está com os profissionais ali presentes, controladores, comissários, pilotos e atendentes. Eles não são isentos de culpa, e a desorganização do meu regresso é a prova disso. Respeito se adquire com excelência, faça sua parte bem e exija o mesmo dos outros.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

liberte-se

Quando forem falar de mim, eis um pequeno release:
FERNANDO MAFRA é designer na área de web e membro do Núcleo de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos da ECA. Entusiasta da web 2.0, está na internet há mais de 10 anos, comandando um blog sobre o cotidiano desde 2002 e contribuindo com a Wikipedia. Colaborador assíduo do site Overmundo, já cobriu eventos como a Mostra de Cinema, a Virada Cultural e o Motomix; além de elaborar crônicas e dicas culturais para o guia.

Para medidas corporais, entre em contato em PVT.

seagul screaming marry him, marry him!



Se não entendeu o que Neil Gaiman escreveu no livro da garota, veja aqui.

liane martins é um travesti

Escolher um título para falar sobre o assunto não foi fácil. Pensei em algo mais poético como "culpem a eva", mas essa vagabunda não merece nada nobre conectado à ela. Acabo de ler na versão impressa da Folha de SP essa delegada da corregedoria falando absurdos dos quais eu espero que ela se envergonhe muito depois de lembrar que é uma mulher.

Vamos partir de dois princípios básico:

- Quando você tem algo a perder, você tem boas chances de mentir para se resguardar.
- Quando você já perdeu sua dignidade, seu tempo e a integridade do seu corpo, o que você busca é justiça, e para isso, fala a verdade.

Liane diz que os "policiais foram levados ao erro" pela garota que teria mentido sua idade. Pois bem, em primeiro lugar, um policial deve AVERIGUAR declarações feitas por suspeitos, pois esse tem algo a perder, e portanto pode estar mentindo. Busca-se documentos e testemunhas para assegurar-se de que o suspeito está dizendo a verdade. Segundo, qual possível vantagem a garota teria em mentir sua idade? O que ela exatamente ganharia com isso? Então o motivo para ela ter mentido, ao meu ver, não existe. Terceiro: Não importa a idade! Não se colocam mulheres e homens na mesma cela, nunca.

Ainda lembrando o princípio que propus: E se os policiais estiverem mentindo para a srta. Liane? A garota já perdeu tudo, não tem porque mentir, já os policiais podem (leia-se: deviam) perder o emprego e a liberdade. Puxa, será que eles combinaram uma história para contar para a delegada?

Mas Liane não pára por aí. Além disso, pinta a menina como se fosse uma máquina manipuladora e maligna, que se insinuou e provocou os presos, se ofereceu. Diz que apenas um dos atos sexuais foi abuso - quantos é preciso para se perceber que algo está fora do normal? Talvez devêssemos fazer uma fila e nos revesar com Liane Martins até ela descobrir. Vou contar uma novidade: Quando se está preso, não se pode transar, e homens ADORAM transar, se você colocar uma cabrita na cela é capaz dos presos dizerem que ela se insinuava para eles.

Mesmo que a menina tivesse se insinuado para todos os presentes, sexo com menor ainda é crime. Menores já se insinuaram pra mim, a infância e a inocência estão acabando, e os únicos que as usam como defesa são os marmanjos; numa cara de pau sem tamanho.

O mais horrorizante dessas declarações da delegada é que ela é uma mulher. Ao menos diz que é, na minha opinião, só pode ser um travesti. Depois de anos de lutas por direitos não é possível que uma mulher enxergue essa situação dessa maneira. Agora só falta descobrirmos que ela tem um caso com esse juiz ignorante de sete lagoas.

PS: Peço desculpas aos travestis por compará-los ao esse monstro. Usei a palavra apenas em sentido alegórico.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

saiba onde você está

Pelo amor de Deus! Qual é a dificuldade em compreender que Ribeirão Preto e A Fazenda são dois lugares completamente distintos? Não é à toa que os distingúo quando me refiro a eles. Com certeza são bem mais próximos entre si do que qualquer um deles é de SP, ainda sim são localidades diferentes com propósitos diferentes. É como dizer que Maceió e Natal são o mesmo lugar.

Para facilitar aquela que espero ser a última explicação, desenhei, ou melhor, mandei o Google desenhar. A fazenda está marcada com o treco azul, Ribeirão é uma cidade claramente visível no mapa:


Exibir mapa ampliado

terça-feira, dezembro 04, 2007

reuni



Submarino, ensinando o bom português às nossas crianças.

pop

Peguei a dica do Fake Steve Jobs:

Esse povo que empolga demais com novidades é foda. Até os quadrinhos e as tulipas já sofreram com isso.

look(ing) sharp

Sabe quando você quer alguém, mas é meio que descontinuado da vida da pessoa sem grandes explicações e só fica com a pulga atrás da orelha? E então, num belo dia quando está bem largado, mal vestido, com o cabelo tosco e uma barba escrota, comprando presente em um shopping tosco, cruza com a dita pessoa. O que fazer? Fugir, claro! Porque apresentável é que você não está.

Só podemos ficar relaxados quando cercados de pessoas que temos intimidade, caso contrário passamos a imagem de tosco - a não ser que você seja tosco mesmo, caso for, que se dane. Isso foi só para lembrar que é sempre bom estar alinhado e limpo.

Se estivesse assim, com certeza teria cumprimentado, para lembrar-lhe que existo e que estou arrasando. Pois se estiver arrasando, no mínimo um de dois pensamentos irá passar pela cabeça do outro: "Merda, desperdicei um partidão." ou "Putz, preciso desse sabor."

Assim você deixa uma marca boa. Bem, espero ter aprendido a lição: Jamais sair de casa parecendo um bicho reçém saído do zoológico.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

banalizando a imagem

Uma amiga acaba de me dizer que quase me passou um freela para desenvolver uma marca. O que seria uma notícia deliciosa, já que desenvolver marcas é a epítome do que um programador visual faz, e é algo que eu gosto de fazer e tive poucas oportunidades para tal.

Mas o chefe dela pediu que ela utilizasse um serviço on-line do qual eu não tinha conhecimento. Algo como marcas remotas por demanda: você manda o briefing para um site, eles te dão algumas opções, você dá uma opinião e voilá! Sua marca está pronta.

O negócio começou a feder pra mim quando a palavra "opções" surgiu na conversa. Ao desenvolver uma marca, deve-se encontrar soluções, uma marca de fato é o resumo de uma série de conceitos em uma imagem e/ou palavras. Se o conceito está bem-definido, o resumo é apenas um, não há inúmeras opções.

Embora os sites que ela tenha me mandado como exemplo (esse e esse) não sejam o fim da picada, e de maneira geral integrem as etapas do proçesso que eu considero correto para o desenvolvimento de uma marca, ainda sim o banalizam. Afinal, cobrar 300 dólares por algo que pode chegar a valer bilhões (como a Nike - um exemplo extremo, confesso) me parece uma depreciação do seu próprio trabalho.

Uma marca bem-resolvida e sólida pode ganhar asas próprias e se tornar um bem por si próprio. Uma marca pode ser basicamente uma empresa que se concentra em direcionar os rumos a serem tomados, e para a execução desses rumos terceiriza fábricas e instalações de pesquisas - tal como a Nike faz. Supondo que alguém comprasse a Nike, compraria apenas o nome, o desenho e alguns escritórios aqui e ali, não fábricas de tênis.

Embora eu concorde que serviços desse tipo possam ser uma ótima solução para pequenos negócios que não podem arcar com profissionais timbrados (como Alexandre Wollner); um profissional de fato timbrado sabe medir e reconhecer o porte e potencial de seus clientes a ponto de oferecer orçamentos e soluções condizentes com ele. Não existe uma fórmula pronta ou tabela de preço para desenvolver a imagem de uma empresa, cada situação é única, assim como toda marca deve ser única.

O que me leva à extensão do problema. O caso extremo desse tipo de atitude seriam os sites que oferecem uma vitrine de logos e layouts prontos, onde o cliente escolhe o que acha mais bonitinho, enfia seu nome e pronto!

Você consegue angariar tanto respeito quanto confere a si mesmo. Portanto se você trata a sua marca com banalidade, ela será exatamente isso, uma banalidade. Da mesma maneira não devemos contratar alguém para criar a nossa imagem de uma forma banal. É como foi resumido aqui, no ramo de identidade visual, um trabalho profissional e de qualidade jamais será gratuíto, exceto em casos de filantropia e amizade.

Escolher sua imagem baseado únicamente no quanto será gasto (seja escolhendo o menor ou o maior preço) demonstra falta de visão. Uma boa imagem não é gasto, é investimento, pois se bem-feita renderá excelentes frutos. Afinal, porque os medicamentos genéricos são mais baratos? Justamente por serem isso, genéricos, sem marca. Sua empresa é genérica ou única?

domingo, dezembro 02, 2007

a fighting chance



Sempre achei isso.

banalizando o oriente


Quando criança adorava comida chinesa. Ia sempre com meus pais no restaurante Golden Palace, em moema, ficava ao lado de um bizarro estabelecimento em forma de castelo - com fosso e tudo, que nunca entendi o que era. Foi lá que adquiri minhas habilidades com o hashi na tenra idade de 6 anos.

Com o passar dos anos fui conhecendo outras cozinhas, inclusive a japonesa. Essa que de uns tempos se alastrou como catapora pela cidade, com algumas especulações de que agora há mais restaurantes japoneses do que pizzarias ou churrascarias em São Paulo. Isso levou a uma queda considerável na quantidade e qualidade dos restaurantes chineses.

Hoje em dia chinês é quase sinônimo de fast food: quilo no shopping (nos quais só tive más experiências) ou China In Box. Fica cada vez mais difícil encontrar um chinês de qualidade, e quando se encontra não é raro o lugar estar às moscas.

Pois bem, hoje comi china in box. Considerando as limitações do serviço, cheguei a uma conclusão importante: Não peçam yakisoba (que por todo o direito é um prato japonês, o equivalente chinês seria macarrão chop suey). Considere os seguintes fatores:

1 - O Yakisoba tem grande tiragem no China In Box. Sem dúvida é o prato mais pedido.
2 - Existem várias opções de "mistura" nele: Com ou sem carne, camarão, frango, porco ou sei lá mais o que.
1 + 2 = 3 - Assim, o yakissoba é preparado da seguinte maneira: Uma panela cheia de macarrão, e panelas separadas com diferentes misturas. Quando chega o pedido eles tacam o macarrão na caixinha e depois cobrem com mistura. Isso é fácil de se notar quando o pedido chega.
4 - O tempero é muito doce e grosso, o que torna a refeição pesada.
5 - Não é raro o macarrão estar mole demais, passado do ponto.

Portanto recomendo o bifum. É um macarrão leve e branco, feito de arroz. A mistura é um pouco diferente e também mais leve. Como a tiragem é menor, as chances de ser preparado na hora são maiores, e como o macarrão é mais fino, está sempre mais bem integrado com a mistura na caixinha.

E jamais peçam o guyoza, sempre está uma droga.

adoro um 69

69% Geek

Portland Dating

dark aliegences

Como mencionei nesse post, estarei trabalhando na CampusParty ano que vem.

Pois bem, agora soube de mais alguns detalhes. Se forem até o final esta página, verão alguns deles, inclusive de que trabalharei ao lado da famosa MariMoon e do ilustre Daniel Duende. Tirem suas próprias conclusões. E sobre eu ser do RJ, bem, não sei de onde tiraram isso, mas também não vou pedir correções pra não colocarem a MariMoon no meu lugar. Fiquei triste porque não tem link pra mim, isso pretendo corrigir.

Mas pensei que linkar para esse blog iria necessitar de uma maior dedicação minha aqui para falar assuntos que interessem aos outros além de mim mesmo. Além de dar uma recauchutada no visual. Como podem ver, a segunda parte está resolvida.

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