quarta-feira, fevereiro 25, 2004

and all that could have been

Só pra dizer que esse CD é muito melhor do que eu esperava.

Sempre que vejo CDs ao vivo eu lembro do André reclamando, dizendo que é algo muito tosco, e que em estúdio tudo fica muito melhor e bla bla bla (que eu acho um argumento válido pra discos ao vivo gravados nos anos 60 onde a tecnologia era limitada e num dava pra ter realmente a mesma qualidade de som). E me faz pensar também como é apenas uma muleta pros pobres coitados que não foram no show; ou algo para fãs absurdos que precisam ter tudo comprarem. Outra coisa que sempre pensei de CDs ao vivo é que eles são uma forma de vc perceber como a banda resolve situações facilmente solúveis em estúdio, onde pode-se refazer a mesma coisa mil vezes, acrescentar zilhões de efeitos e mixagens, mas que numa performance em tempo real pode ser um grande problema; e nada eu fico muito satisfeito quando vejo que a banda resolve o que seria uma merda, de uma maneira muito boa.

No caso desta banda, Nine Inch Nails, ou desse cara, Trent Reznor; o CD ao vivo é uma mistura perfeita de tudo isso que eu penso, e nada daquilo que o André pensa. É deveras excelente pra quem ama a banda, e pra quem ainda não conhece direito também, fora que ajuda nós pobres brasileiros que jamais tiveram sequer uma chance de ver Reznor no palco.

Me lembro quando lançaram o CD Pulse do Pink Floyd, cuja caixinha tinha uma luzinha vermelha que piscava no que seria o mesmo ritmo de uma pulsação humana. Eu devia ter uns 12 anos, lembro que foi uma pagação de pau e era meio que um objeto de desejo de várias pessoas (inclusive meu, mesmo que, confesso, não tinha certeza do porque). Fui comprar o tal Pulse na galeria, usado, quando tinha uns 18 anos. Gostei realmente, mas aquilo foi o final da minha fase de curtir Pink Floyd (embora ainda ache legal). Pois bem, foi mais ou menos nessa idade que conheci NIN, e sempre curti, e meu gosto por Reznor só veio crescendo ao longo dos anos. Ele é pra mim o que Floyd deve ter sido pro meu pai; nesse mundo de música barulhenta NIN é o equivalente do Pink Floyd, na nova ordem, Industrial substitui Progressivo.

10 anos depois de PULSE, compro All That Could Have Been, e ele é para uma nova legião tudo que PULSE foi para a geração anterior; e possívelmente muito mais. Enquanto eu vibro com Reznor hoje, me pergunto ao som de que meu filho vai refletir...


for all we could have done
and all that could have been

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