and all that could have been
Só pra dizer que esse CD é muito melhor do que eu esperava.
Sempre que vejo CDs ao vivo eu lembro do André reclamando, dizendo que é algo muito tosco, e que em estúdio tudo fica muito melhor e bla bla bla (que eu acho um argumento válido pra discos ao vivo gravados nos anos 60 onde a tecnologia era limitada e num dava pra ter realmente a mesma qualidade de som). E me faz pensar também como é apenas uma muleta pros pobres coitados que não foram no show; ou algo para fãs absurdos que precisam ter tudo comprarem. Outra coisa que sempre pensei de CDs ao vivo é que eles são uma forma de vc perceber como a banda resolve situações facilmente solúveis em estúdio, onde pode-se refazer a mesma coisa mil vezes, acrescentar zilhões de efeitos e mixagens, mas que numa performance em tempo real pode ser um grande problema; e nada eu fico muito satisfeito quando vejo que a banda resolve o que seria uma merda, de uma maneira muito boa.
No caso desta banda, Nine Inch Nails, ou desse cara, Trent Reznor; o CD ao vivo é uma mistura perfeita de tudo isso que eu penso, e nada daquilo que o André pensa. É deveras excelente pra quem ama a banda, e pra quem ainda não conhece direito também, fora que ajuda nós pobres brasileiros que jamais tiveram sequer uma chance de ver Reznor no palco.
Me lembro quando lançaram o CD Pulse do Pink Floyd, cuja caixinha tinha uma luzinha vermelha que piscava no que seria o mesmo ritmo de uma pulsação humana. Eu devia ter uns 12 anos, lembro que foi uma pagação de pau e era meio que um objeto de desejo de várias pessoas (inclusive meu, mesmo que, confesso, não tinha certeza do porque). Fui comprar o tal Pulse na galeria, usado, quando tinha uns 18 anos. Gostei realmente, mas aquilo foi o final da minha fase de curtir Pink Floyd (embora ainda ache legal). Pois bem, foi mais ou menos nessa idade que conheci NIN, e sempre curti, e meu gosto por Reznor só veio crescendo ao longo dos anos. Ele é pra mim o que Floyd deve ter sido pro meu pai; nesse mundo de música barulhenta NIN é o equivalente do Pink Floyd, na nova ordem, Industrial substitui Progressivo.
10 anos depois de PULSE, compro All That Could Have Been, e ele é para uma nova legião tudo que PULSE foi para a geração anterior; e possívelmente muito mais. Enquanto eu vibro com Reznor hoje, me pergunto ao som de que meu filho vai refletir...
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for all we could have done
and all that could have been
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