quinta-feira, junho 17, 2004

a scanner darkly

Desde meados da década de 90 que o mercado de quadrinhos como um todo anda meio abalado. E tem tido problemas para se recuperar, mesmo com a onda de adaptações para filmes, as vendas de quadrinhos não retomaram o vigor que tinham na década de 70 e 80.

Eu estou falando mais do mercado norte-americano, de onde vem a maioria dos quadrinhos consumidos aqui no Brasil, mas até mesmo no Japão, onde quadrinhos é uma parte intrínsica da cultura, existe uma queda de vendas nos últimos anos (pequena, mas é uma queda).

O mercado de quadrinhos sempre foi meio esquisito no Brasil, mas me parece que nos últimos anos tem se mostrado mais promissor. O fim do monopólio da Abril, que começou quando a Globo lançou revistas da Image no fim dos anos 90; e que culminou com a Abril caindo fora do mercado de heróis, ficando só com quadrinhos Disney, e passando o bastão pra Panini, é um ótimo exemplo dessa onda positiva. As publicações da Panini são de uma qualidade infinitamente superior, onde você nota uma preocupação com a fidelidade ao material original de publicação, e em alguns casos, até uma memória. A realidade do leitor brasileiro é levado em conta, já que várias revistas são compilações do que é publicado em mais de uma revista nos EUA (já era uma prática da Abril a milênios, mas ou a edição era uma porcaria, ou era cara pra dedéu). Claro que os preços tem subido, o dia que os preços abaixarem em alguma coisa por aqui, me avisem!

Outras editoras, como Conrad, Opera Gráphica e Brain Store tem nos trazido mais materiais "paralelos" das majors (é um termo mais fonográfico, mas pra mim vale pra Marvel/DC/Image) além de preencher anos de vazio do mercado de quadrinhos alternativos e orientais.

Na minha opinião, algo que simboliza que o mercado de quadrinhos no Brasil é algo viável e lucrativo é a notícia de que o primeiro número da mini-série 1602 está se esgotando e será re-impresso em breve. E pra quem não sabe, 1602 conta a história do universo Marvel 400 anos no passado, e é escrito por Neil Gaiman (Sandman); e parece ser muito bom, é como quando Frank Miller e Alan Moore deram seus respectivos pitacos em Batman, pegando um herói consagrado e dizendo o que eles achavam do assunto.


mais uma bem sucedida parceria de autoral e super-heróis

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