terça-feira, agosto 24, 2004

american gun

american gun

Sempre tive uma vida pacífica. Sem grandes altos e baixos. Livre de violência. Já passei por alguns apertos, tanto com estranhos, como com colegas de estudo e principalmente com familiares. Não fui abusado ou espancado, mas já levei minha cota de tapas e cintadas; mesmo depois de crescido levei um tapa do qual jamais esquecerei. E também houve vários casos de violência psicológica, mas acho que nenhum deles foi muito grave e consegui superar rapidamente. Também já atirei em baldes e com estilingues tentei infrutivamente acertar passarinhos.

Entretanto, sou esquentadinho. E verbalizo muito minha violência. E adoro "arte violenta". Não tenho medo de dizer isso, consumo, gosto, e também tento produzir peças de arte e entretenimento que explorem a violência. Nas mais diferentes manifestação e estilos. Da dança alegre e contente de Chicago ao realismo enojante de Irreversível. Gosto também de Boxe e outros tipos de luta. Não acredito nos dizeres "já vejo isso no jornal, não preciso ir no cinema".

Mas agora a pouco acabo de ver um filme, que peguei passando na TV por acidente que me fez pensar sobre algumas coisas. Nem todas irei dizer aqui, preferiria dizer diretamente à quem interessa; não sei se terei coragem sequer disso, posso ser cobrado, disso não tenho medo, mas espero que minha relutância seja compreendida. Achei o filme apenas interessante, até o seu final, e foi aí que o achei bastante engenhoso. Me fez pensar nas pessoas com as quais eu me importo, com as que eu realmente me importo, as que eu amo.

E o tipo de violência pela qual elas passaram, cujas imagens, mesmo que não descritas, permeam minha imaginação, o que me faz pensar em quão pior a realidade do fato com certeza foi. Queria poder fazer algo a respeito, muito, queria poder mudar tantas coisas, pensei em vingança; mas tenho medo do que pode se seguir. Não há nada pior do que se sentir impotente perante àqueles que se gosta.

Desculpe não poder ter ajudado. Desculpe pelo post meio baranguinho. Foi apenas algo que pensei agora e precisava registrar. A propósito, o título do post é o titulo do filme, que realmente não é muita coisa, mas é o último de James Coburn.

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