Talvez eu não tenha falado o suficiente sobre minha razão de estar em Minas. O projeto acabou demorando bem mais pra começar, mas depois de amanhã vou fazer um curso de primeiros socorros e então partirei direto pra Moeda, onde viverei metade da semana pelos próximos dois meses.
Aos que não sabem, a casa do André deixará de ser minha morada Belo Horizontina. Como ele está indo pro Estância Serrana, que é bem longe do centro e ruim demais de pegar onibus, terei que me realocar. Se tudo correr como planejado, em uma semana serei inquilino da Bianca e do Ícaro.
Mas voltando ao projeto. Será uma prospecção, repito, prospecção, e não uma escavação como muitos pensam. Como aprendi, arqueologia não é apenas cavar buracos (ou matar nazistas e lobos) é preciso saber onde cavar (como petróleo, apesar do Maluf não entender esse conceito). A prospecção serve justamente para cobrir uma determinada área onde, através de relatos históricos e achados em outros sítios, imagina-se que haja bons locais para sítios, e então localizar exatamente onde estão esses futuros sítios, para então escavar.
Eu acho que vai ser bem legal. Somos uma equipe com pessoas de diferentes formações e com diferentes funções. Uma listagem:
André, Arqueólogo. Diretor do projeto.
Alastair, Arqueólog. Co-Diretor do projeto e gringo de plantão.
Eu!, Designer. Acumulo as funções de fotógrafo, cinegrafista e designer.
Daniele "Dani", Arquiteta. Responsável pelos Croquis.
Ricardo "Tala", fotógrafo. Abandonou o posto da fotografia, que eu assumi, e é o Administrador. Cuida de toda a burocracia, gastos e supervisão geral.
Reginaldo "Regis", Historiador. Responsável pela parte de historiografia.
"Gó", Estudante de Turismo. Faz-tudo, será nossa mãe, faz o leva e traz, cuida dos equipamentos, suprimentos e alimentação.
Todos também irão observar e catalogar de acordo todas as ocorrências cabíveis. Eu achei bem interessante e promissora essa combinação. Parece até coisa de filme de ficção científica tipo Esfera, O Enigma de Andrômeda e aquela porcaria de Núcleo.
De qualquer jeito me parece que todos tem bastante liberdade e autonomia para contribuirem da maneira que for ao projeto. E eu particularmente terei bastante responsabilidades, talvez o máximo que já tenha tido em minha vida profissional, mas estranhamente não estou nem um pouco assustado, justamente porque o clima até agora foi muito amigável (afinal o André é um amigo de longa data) e de bastante confiança e cooperação.