adama rox
Para aqueles que ainda não entenderam o quanto Battlestar Galactica é genial em todos os níveis imagináveis, postarei aqui um trecho da cena mais absurdante para os não iniciados:
E antes que perguntem: Sim, isso é televisão.
Agora senti em primeira mão o que é viver em uma ditadura e não poder tomar o poder mesmo quando o povo assim o quer.
Bom, já escrevi meu super texto sobre o Rio, foi uma jogada meio arriscada no Overmundo, beirando um blog pessoal, vamos ver a receptividade, ainda mais com esse novo piso de 60 pontos para a publicação pode ser meu primeiro texto não publicado. Por mim beleza.
O feriado foi excelente, fora a parte do Rio em si, passar um tempo direto assim com a Ceci, o Bruno e o Gabriel foi ótimo. Logo que eu e a Mi chegamos já fomos botando a banca e mostrando pro afilhado quem é que manda, e ele está ótimo, muito risonho, brincalhão e receptivo.
Chegou ao ponto d'eu descer no prédio para brincar com ele sozinho. No meio da empreitada ele caiu feito uma pedra e desatou a chorar, daqueles choros com uma tomada de fôlego enorme e silenciosa, que assusta parecendo que a criança nunca mais vai respirar. Foi emocionante, ele chorou abraçado em mim e dali pra frente toda vez que ficava assustadinho ficava junto de mim. Já no final da estada, ele ter tentado chamar minha atenção repetidas vezes dizendo "tio" foi extra-fofo.
Como se isso não bastasse eu a Mi saímos com ele sozinhos pelas ruas e praia do Leblon, enquanto os pais da criança dormiam. E ele não deu trabalho em momento algum, até dormiu nos braços da Padrinha.
Pra variar fizemos uma comilança excelente, com uma nova versão da minha Salada Oriental. Só bobeei mesmo de não gravar um CD da Tigarah para ser a trilha sonora da viagem.
Há um tempinho saiu no Overmundo um texto falando sobre a falta de qualidade do livro Até o dia em que o cão morreu e a dificuldade que isso acarretou em adaptá-lo ao superior filme Cão sem dono. O fato do autor do texto (Fábio Godoh) não ter gostado do livro de longe não me incomodou tanto quanto o fato dele ter sido tão anti-ético nessa empreitada, pois como é explicado no texto e nos comentários, ele estava envolvido no processo de adaptação.
Eu trabalho com material de grandes clientes e grandes agências (e pequenos também - não os desmereço) e já mencionei aqui no blog como vira e mexe eles fazem uma zona com tudo que é trabalho, de detalhes a decisões importantes. Na verdade é um prazer pessoal meu corrigir os erros dos clientes.
Entretanto eu não os menciono por nome, por não achar isso ético. Eu estou inserido no contexto e é muito fácil ficar pondo a culpa nos outros, mesmo quando é dos outros. Mesmo quando fazemos algo que achamos menor, é um esforço coletivo para torná-lo maior, mas nem todas as batalhas se vencem.
Estou falando isso tudo porque hoje fiz um dos trabalhos mais perturbadores da minha vida. Transformei a foto de uma garota de biquini em uma menina pelada, para colocar um quadriculado censurando em cima; isso tudo para uma "campanha" anti-pedofilia. Quando terminei a alteração na foto, me senti muito mal e envergonhado, não queria que ninguém visse (e não porque ficou mal-feito, isso ficou, e tenho que retocar bastante) mas porque não tive orgulho do resultado final em qualquer aspecto.
O que me deixa mais abalado é a razão de ter posto aspas na palavra "campanha". Não será veiculado, é uma peça falsa para que a agência em questão entre em Cannes e concorra a um prêmio. Eu estou me segurando muito para não falar o nome da tal agência.
Um amigo que permanecerá anônimo acabou de me mostrar uma imagem desconcertante de um pênis esmagado e furado. Ele disse que não vai dormir por causa disso, eu não fiquei tão impressionado, porque eu não esmigalhei o meu pinto, eu desenhei aquela menina, e isso me perturba.
Um assunto grave como pedofilia, que poderia ser uma campanha séria, usado para simplesmente afagar os egos de uma agência. Minhas mãos estão muito sujas. Eu mantive a ética, e o cliente?
Depois acham estranho eu não gostar de publicitários...
Tags: ética, pedofilia, publicidade, studio, trabalho