modern love
Pra quem não sabe, nos EUA existe uma espécie de sistema de censura dos quadrinhos chamado Comic Code Authority, que controla o conteúdo considerado ofensivo nas revistas americanas. Ele foi uma iniciativa das próprias editoras para demonstrar boa índole evitar uma censura do governo (e também acabar com alguns tipos de concorrência, como HQs de horror).
Estabelecido nos anos 50, o CCA está cada vez mais defasado e em alguns casos bastante condescendente, e finalmente algumas pessoas estão percebendo o quão ridículo ele realmente é. Assim, a MARVEL, uma das maiores editoras de HQ estadounidenses (que pra quem não sabe é a casa original dos astros de cinema HULK, X-Men, Homem-Aranha e Blade) rompeu com o selo.
Assim a Marvel não tem que responder à ninguém exceto ela mesma e seus leitores. Portanto, numa jogada que eu considero audaz naquela terra de puristas, um de seus títulos, Avengers, deixou de ser censura livre (PSR) e passou para classificação de público adulto (MR).
Isso, não sem motivo, já que o número 71 da revista ira contar com uma dose extra de sexo e violência.
Já não era sem tempo. Sem entrar nas discussões de casamentos e outras formas de se datar e envelhecer um herói; devemos lembrar que existem necessidades fisiológicas em jogo. E como Brody demonstra em Barrados no Shopping, os leitores sempre se perguntam se os heróis usam de seus poderes para possuirem vantagens extras no sexo. Já imaginaram o pinto do Coisa ? Ou se a Jean Grey consegue fazer uma punheta psiquica? Os que me consideram um tarado com certeza acham que pense nisso o tempo todo. Bem, não tempo todo.
Bryan Singer já nos deu um gostinho disso tirando a roupa da Mística, mas isso ainda foi só no filme. Afinal, quando os heróis vão começar a procriar? Em Avengers 71 a Marvel tenta saciar um pouco dessa curiosidade sexual, colocando uma cena onde vemos um homem com o poder de se reduzir (Hank Pym) usando de suas habilidades para escalar as curvas de sua colega (Janet Van Dyne). Isso, ainda aliado a uma cena de espancamento portagonizada por um vilão e uma prostituta, em que, ao final, o vilão confessa seu desejo por Janet e lambe sua vítima no rosto.
Ora bolas? O super-homem num pode salvar o mundo só se colocando na frente de balas, ele precisa quebrar a cabeça de algumas pessoas. A violência coerente com o poder massivo de alguns personagens também é algo que precisa ser mostrado, em minha opinião.
Claro, tudo é uma questão do tipo de público que se pretende atingir. Isso não há como negar.
E já estão acusando a Marvel de estar apenas realizando uma jogada de marketing. Bom, só poderia dar minha opinião certa lendo a história. E se for o caso, que seja, se é isso que é necessário para as pessoas pararem de tratar heróis como santos, que venha!
Não importa o tamanho da varinha, e sim a mágica que ela pode fazer....
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