hell club
Como um dos presentes na primeira sessão de Matrix Revolutions, acho que está mais que na hora d'eu dar o meu pitaco sobre o filme. Pra resumir em duas palavras: Uma Bosta (com 'b' maiúsculo mesmo). Pra mais detalhes de porque acho isso (sem entregar a trama e falando dos filmes anteriores) leiam abaixo:
Os irmão Wachowski (acho q escreve assim, sei lá) são o próprio alter-ego do Agente Smith. Se multiplicaram demais. O primeiro Matrix era um filmão bem divertido. Muitos o chamam de revolucionário e eu realmente gostaria de saber porquê, já que ele usa fórmulas holywoodianas básicas para estabelecer o esqueleto. Mas mesmo assim eu curti bastante o filme, especialmente enquanto o assistia, pois apesar da simplicidade, ele me deixava na dúvida sobre o que viria a seguir. Como disse repetidas vezes, todos os elementos da história eu já tinha visto antes em diferentes lugares, o que eu gostei foi a forma como eles foram unidos. Pra quem sempre curtiu Sci-Fi como eu, foi um prato cheio.
Foi então que eles decidiram sair debulhando. Mais dois filmes, uma série de curtas animados, quadrinhos e um jogo de video-game. Pois é, espalhou tanto que ficou ralo. Se não diluíssem tanto a mistura, Matrix talvez continuaria tão sólido quanto o original.
Vou dizer que curti Matrix Reloaded. Me diverti horrores. Sim, ele realmente é grande demais, sua história pode ser resumida a dois parágrafos. Mas ele ainda tinha uma certa graça de assistir. As novas seqüências (embora sem novidade em termos de novos efeitos, como foi o caso do bullet time) ainda eram interessantes e seriam excelentes se não fossem realmente muito longas. Como no caso do primeiro não era um exemplo de cinema, mas era cinema divertido e com um twist interessante. A impressão que eu tive é que desde o começo os irmãos nerdinhos quisessem fazer algo como Reloaded, e que o primeiro matrix era só uma isca para fisgar a galera que se acha intelectual. Sinto muito, mas eu num engulo essa de assistir Matrix "pela filosofia" é como ler Playboy pelas entrevistas, nem mulher faz isso. Os novos personagens eram intrigantes e divertidos e as novas pontas soltas da trama abriram uma série de possibilidades na minha mente. Me parecia que vários interesses estavam em jogo e que o último filme seria um estouro de tantas coisas a serem resolvidas.
E foi mesmo um estouro. Como o de uma bomba. Nunca vi tamanho embuste. Todo fator denso e de constante dúvida de Matrix foi esquecido e a diversão pura de Matrix Reloaded foram substituidos por uma série de clichês monumentais e one-liners insuportáveis. As unicas novidades são a nova atriz da Oráculo, um trem, uma menina indiana e um ouriço gigante (não se preocupem, num entreguei a trama, ela não existe). TODOS os personagens tornam-se meros acessórios das seqüências de efeitos especiais, perdendo totalmente suas personalidades (com excessão de Neo, que eu nunca achei muita coisa, mas creio que anteriormente grande parte da culpa era de Keanu "tábua de passar" Reeves; culpa que agora é partilhada pelos criadores). A necessidade do filme de se levar a sério como no primeiro e ser infinitamente mais caricato do que o segundo pavimenta o caminho para sua destruição. Eu compararia a combinação mortal de frases prontas; batalhas monumentais longas demais; pessoas que falam quando já deveriam estar mortas e sentimentalismo barato presente aqui com Pearl Harbor.
As interessantes pontas deixadas pelos outros filmes continuam soltas, a solução final chega ao ridículo e tem um nome bastante apropriado "Deus Ex Machina" (o que me deixou com uma pulga atrás da orelha: teria sido tudo uma grande piada dos irmãos sapecas?). Eles parecem sofrer de um caso prematuro da síndrome George Lucas: Cagar a própria criação. E talvez seja o caso de um fã são fazer como no caso do Phantom Menace/Phantom Edit e retalhar os dois últimos filmes em um só com menos enrolação: Matrix Re-Edit.
O mais engraçado de tudo é como usam efeitos especiais como desculpa. Você diz "que filme chato" e logo segue "a batalha dos sentinelas tava animal!" ou "os quinhentos agentes smith estão o máximo!". E é quando eu pergunto: E desde quando saber mexer em computador é saber fazer filme? Eu luto contra o estigma de que "saber Photoshop = Saber Design" desde que entrei na faculdade. É como quando você vai reclamar de alguma mina mala e diz "que mulher burra!" e outro mané completa "mas tem uns peitões!" - fodam-se os peitões. num estou falando deles! Que adianta ter peitões se não sabe fornecer uma boa espanhola?
Não vou detalhar mais minha Matrix Aloprations pra não estragar pra quem ainda não viu (se é que da pra estragar mais do que assitindo ao filme, é preferível parar em Reloaded e imaginar seu próprio final), mas se quiserem discutir in persona, estou aberto. Mas se quiserem entender melhor minhas idéias, leiam esse artigo do Omelete. Eu assino embaixo.
que final cagado
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