segunda-feira, maio 31, 2004

oh!

Recebi isso por e-mail hoje. Achei muito engraçado, mas nem vou traduzir porque num tenho saco e também porque alguns perdem a graça se traduzir, especialmente o número 3.


How to explain the meaning of words?

1. Cigarette: A pinch of tobacco rolled in paper with fire at one end & a fool at the other.

2. Love affairs: Something like cricket where one-day internationals are more popular than a five day test.

3. Marriage: It's an agreement in which a man loses his bachelor degree and a woman gains her master.

4. Divorce: Future tense of marriage.

5. Lecture: An art of transferring information from the notes of the lecturer to the notes of the students without passing through "the minds of either".

6. Conference: The confusion of one man multiplied by the number present.

7. Compromise: The art of dividing a cake in such a way that everybody believes he got the biggest piece.

8. Tears: The hydraulic force by which masculine will-power is defeated by feminine water-power...

9. Dictionary: A place where divorce comes before marriage.

10. Conference Room: A place where everybody talks, nobody listens & everybody disagrees later on.

11. Ecstasy: A feeling when you feel you are going to feel a feeling you have never felt before..

12. Classic: A book which people praise, but do not read.

13. Smile: A curve that can set a lot of things straight.

14. Office: A place where you can relax after yourstrenuous home life.

15. Yawn: The only time some married men ever get to open their mouth.

16. e.t.c.: A sign to make others believe that you know more than you actually do.

17. Committee: Individuals who can do nothing individually and sit to decide that nothing can be done together.

18. Experience: The name men give to their mistakes.

19. Atom Bomb: An invention to end all inventions.

20. Philosopher: A fool who torments himself during life, to be spoken of when dead.

21. Diplomat: A person who tells you to go to hell in such a way that you actually look forward to the trip.

22. Opportunist: A person who starts taking bath if he accidentally falls into a river.

23. Optimist: A person who while falling from Eiffel Tower says in midway "See I am not injured yet."

24. Pessimist: A person who says that O is the last letter in ZERO, Instead of the first letter in word OPPORTUNITY

25. Miser: A person who lives poor so that he can die rich.

26. Father: A banker provided by nature.

27. Criminal: A guy no different from the rest... except that he got caught.

28. Boss: Someone who is early when you are late and late when you are early.

29. Politician: One who shakes your hand before elections and your Confidence after.

30. Doctor: A person who kills your ills by pills, and kills you with his bills.

31. Computer Engineer: One who gets paid for reading such mails...... ;)

terça-feira, maio 25, 2004

satan

Spam em si já é algo desagradável. Mais desagradável ainda é receber nele, propaganda de uma empresa fétida que destrói tudo aquilo pelo qual você estudou. A Magia Programação Visual, uma tal de uma empresa que faz sites e "logomarcas" (que aviso-lhe é uma terminologia incorreta e na verdade não significa poronga nenhuma) conseguiu estragar o meu dia emporcalhando minha caixa de entrada.

Uma empresa que usa SPAM para anunciar seus serviços já não merece muito crédito. Especialmente quanto completamente banaliza o processo de criação de uma marca com frases assustadoras do tipo "Logomarca por R$300,00 e moderenização por R$ 200,00". Ah, se Walter Gropius visse isso, sorte dele estar mortinho da silva. Conceitos ridiculamente básicos como pesquisa e orçamento não passam pela cabeça de individuos que vendem seus serviços nessas condições.

E todos saem perdendo. Os profissionais sérios, que realmente buscam realizar o melhor para seus clientes e para os usuários, os clientes e os usuários. O mundo continua cheio de trabalhos toscos realizados por pessoas sem o menor tino e muitas vezes sem o menor escrúpulo.

Isso acaba por desanimar pessoas que tentam fazer um trabalho sério. Pois mais e mais elas perdem espaços para vigaristas como esses, que não tem a menor noção do que estão fazendo. São Gérsons do século XXI. É coisa do capeta mesmo.

sábado, maio 22, 2004

the long cut

Divulgando meu novo fotolog. O velho permanece. No novo só fotos mais pretensiosinhas.

sexta-feira, maio 21, 2004

just like honey

Falarei em defesa do lindíssimo Encontros e Desencontros (Lost in Translation). Já falei o quanto gostei do filme aqui antes, e agora falarei um pouco mais sobre alguns aspectos (acrescendo que revi o filme recentemente com meus colegas da aula de Estudos Culturais na ECA e que a partir dele tivemos uma discussão sobre globalização).

Meu ponto principal é: Qual o problema das pessoas que dizem que o filme fica atacando a cultura japonesa? Já ouvi esse papo mais de uma vez e vou dizer que é papo de gente chorona. Em vários momentos vemos algumas esquisitices nipônicas sim, e Bob Harris (o personagem de Bill Murray) também dá algumas alfinetadas extras. Mas qual é o problema? O personagem do cara não é livre para ser maldoso? Não é justamente o sarcasmo e ironia dele que tantos gostam? E mais, vai me dizer que a sociedade Japonesa é perfeita? Não há nada de cômico em nada do que os japoneses fazem ou produzem? Claro que há! Existe isso em toda cultura, e é mais cômico ainda achar que não. Eu adoro o Japão e a cultura japonesa, mas nem por isso deixo de notar algumas coisas que fogem do meu padrão, o que também não significa que elas estejam de todo erradas. É claro que quando se vai para um pais tão fisicamente distante, e onde não se fala patavinas da língua, você se sentirá o maior alienígena do planeta, porque simplesmente você o é; isso não torna você ou as pessoas daquele país melhores ou piores, apenas realçam-se as diferenças, e acho que isso é bem mostrado no filme. E, ainda por cima, o filme retrata bem justamente o que discutimos nas aulas, os efeitos da globalização.

E outro ponto é: Falta de história. Pessoas reclamam de falta de história no filme. Bem, eu digo ele tem muito mais história do que o interminável Pearl Harbour (com "u" mesmo, viva a Britânia - aliás um ótimo exemplo de como a cultura de um pais, de novo o Japão, pode ser estereotipada e caricaturizada negativamente em um filme). Uma coisa muito importante é compreender a estrutura básica de roteiro hollywoodiana, que segue a chamada "trajetória do herói" (pessoalmente não concordo com a utilização desse termo para algo tão limitante quanto essa estrutura, mas quem sou eu?) e ela segue assim: Primeiro ato (apresentação dos personagens) - 1º plot point (um problema a ser solucionado pelos personagens) - Segundo ato (inicio da resolução do problema) - 2º plot point (um problema inesperado) - Terceiro ato (conclusão, onde a resolução do 2º problema se mostra eficiente para resolver também o primeiro e todos vivem felizes para sempre).

Existem pequenas variações nessa porcaria mas a idéia é essa. Existem bons filmes que usam essa estrutura, mas a maioria varia entre médio e grande saco de merda. Encontros não segue essa estrutura. Não vou aqui contar o filme. O equívoco de achar que todo filme feito por americanos é holywoodiano contribui ainda mais para uma interpretação totalmente equivocada de Encontros. É um ótimo filme que fala de vários problemas em diferentes camadas, diz a que veio e cumpre o que promete.

segunda-feira, maio 17, 2004

happiness

Atualmente, fora outras coisas que sou obrigado a considerar menores (não em quantidade de trabalho ou urgência), estou engajado em duas coisas que me são muito importantes e também trabalhosas.

Uma delas é o curta que estou fazendo junto com o Marcos, que conta com a Elisa e o Nisfer como estrelas ;) Ontem foi o primeiro dia de gravação e foi o dia que rodamos as cenas mais complicadas, justamente pro caso de problemas, temos mais dias para consertar. E todas deram certo! Fantástico. Conseguimos umas tomadas muito legais mesmo! Não vejo a hora de completar a filmagem e começar a editar.

A outra é um projeto acadêmico secreto do qual apenas algumas pessoas-chave tem conhecimento. São pessoas que meio que recrutei pra me socorrer nos meus (vários) momentos de ignorância perante diversos assuntos. Mas felizmente ninguém até agora reclamou da minha persistência (talvez a tenham considerado positiva) e vários amigos, colegas e parentes têm me ajudado, e até mesmo completos estranhos, discutindo idéias comigo; criticando alguns pontos que levanto e dando dicas de como abordar certas coisas, que pessoas procurar e que livros buscar.

No caso do filme, acredito em compartilhar os sacrifícios e os louros (se vierem, e espero que venham) e não há questão de que é um esforço coletivo; todos trabalham para que o filme seja bom, assim beneficiando e satisfazendo a todos. Já no projeto acadêmico, eu é que vou sair ganhando, não há dúvida, ao menos diretamente, e por isso mesmo é que fico duplamente feliz com o apoio que estou recebendo, o que essas pessoas vão receber de volta é minha eterna gratidão e quaisquer outros benefícios vindouros que isso possa proporcionar (e espero que realmente possa).

Isso provavelmente é o mais próximo que já cheguei de sequer ter um sonho, quanto mais realizá-lo; e ver que pessoas se dispõe a fazê-lo dar certo me deixa ainda mais determinado a atingí-lo. Boas chances de que ele não seja concretizado existem, mas e daí? Indo atrás tenho mais chances do que nenhuma. Conseguindo ou não, todos os que ao menos me ouviram a respeito serão sempre considerados nobres e honrados no Mafra Hall of Fame, gente que espero poder retribuir ao menos em um décimo de gratificação.

sábado, maio 15, 2004

the heist

Éramos uma dupla de gatunos super inteligentes. O equipamento: Um FordKa e um par de rádios TalkAbout. O prêmio: Um cone da CET.

Depois de rodar as ruas da zona oeste buscando o cone ideal, lancei-me do carro em um cruzamento e me posicionei próximo ao objetivo. Atravéz do rádio sinalizei para meu comparsa motorizado assumir a posição próximo ao cruzamento. Então, enquanto o sinal estava fechado, como um raio agarrei o cone e corri para dentro do carro, para então ficar sentado rindo igual bobo enquanto o sinal não abria e as pessoas dos carros ao lado olhavam.

Ridículo e hilário!

quinta-feira, maio 13, 2004

meet the creeper

Pronto, Camila. Resolvi o pepino dos comentários. Acabou sendo rápido mesmo porque desencanei do comentar.com.br e to usando os comentários do blogger mesmo, assim é mais fácil, tudo num mesmo lugar sem ter que ficar dando login em mil sites.

quarta-feira, maio 12, 2004

sucker

É mesmo ridículo. Parece até piada. Mas é a verdade. Durante uma história minha, uma demonstração tremenda de falta de respeito acontece debaixo do nariz do meu pai, ele a ignora completamente e decide que eu é que devo ser repreendido por minha reação. É realmente fenomenal, ainda mais tendo em vista o assunto do qual eu estava falando.

estou sabendo do pepino dos comentários só que a merda do comentar não esá facilitando a vida. ele não me reconhece como usuário. quando estiver com saco vou resolver isso direito. até lá, mandem e-mails.

i'm set free

O André é mesmo o cara mais desligado do mundo. Encontro com ele no ICQ e ele fica falando de como está apaixonado e com saudades da namorada dele de Brasília. Pouco mais de uma hora depois encontro com o Alastair no MSN e ele me conta a notícia que realmente importa: O pai do Zecão morreu. Devo ter sido o último a saber, até a Sara tava interada no assunto! Parece egoísta, e talvez seja o mesmo, mas me senti ofendido por ninguém ter me contado, obivamente os que perderam o pai não tem obrigação nenhuma, isso não precisa nem ser dito, mas eu pensei que nossos outros amigos em comum poderiam ter me informado...

Vou resumir bastante pra quem não sabe de nada: Zecão é um dos meus amigos da velha guarda de BH. Conheci na época em que morava lá, e era parte do pessoal com quem eu sempre andava, e com os quais boa parte ainda ando quando vou pra lá. O pai dele, o César, tava com graves problemas de saúde há mais ou menos um ano, pra variar era câncer, ele teve uma certa melhora há poucos meses, mas começou a abusar da sorte, fumando e pegando o carro pra dar umas voltas.

Ás vezes eu penso coisas tipo: "e se meu pai morresse do nada agora?" e minha conclusão geralmente é: Estaria fudido. Não que minha vida iria ficar uma bosta e eu iria pra debaixo da ponte e pro fundo do poço. Fora o impacto emocional de tal situação, eu teria que correr atrás de um número infinito de negócios em que meu pai está envolvido; coisas da fazenda, da minha avó, do espólio do meu avô (que até hoje existe!) e sabe-se lá mais o que! É uma situação bem complicada e que me assusta um pouco, mas que uma hora ou outra enfrentarei, o que posso tentar fazer é amenizar o fator assustador e me interar da vida agora.

Mas voltando um pouco. O que a gente pensa quando ouve é mais ou menos o que o luiggi me disse aqui no ICQ agora a pouco: "de repente o cara não existe mais na terra". Eu fico pensando nele, relembrando as vezes que encontrei, que conversei com ele, como era o rosto e tudo mais. O César era muito gente fina. Quando se é mais novo, e mesmo hoje em dia, os pais dos seus amigos costumam te tratar igual besta, alguns te ignoram como se vc fosse sub-humano ou ficam tirando sarro da sua cara por vc ser "café-com-leite"; embora eu já não fosse tão criança quando fui pra BH, era aquela idade em que muita gente ainda te trata assim e você quer porque quer provar que não é mais; acho que o pai do Zecão foi um dos primeiros a me tratar mais de igual pra igual, conversar numa boa e tudo mais, só me dei conta disso agora.

É sempre uma sensação e uma situação estranha. Às vezes a morte parece não pesar tanto assim, mesmo com alguns parentes, eu não liguei muito pra algumas idas simplesmente porque eram pessoas que não foram realmente parte da minha vida em ponto algum. Claro que acho ruim elas terem ido, desejo as asas da morte apenas para um seleto grupo. Assuntinho complicado.

As vezes que a morte passou mais perto de mim foram: Quando a Liliane, filha do meu padrinho morreu por causa de complicações do tratamento de câncer; eu tinha uns 14 anos e ela era da minha idade, o que mais me impactou não foi a morte dela, não tinha muito contato, mas ver como os familiares dela estavam devastados. Quando meu avô morreu, claro, eu o adorava e nunca chorei tanto na minha vida, foi horrível e rende muito papo ainda. Quando uma menina colega de sala minha em BH, morreu de cancer nos ossos, eu já tinha voltado pra SP e nunca tive muito papo com a menina; mas a notícia me assustou, a gente se sente invulnerável até alguém da nossa idade morrer. E agora isso, o pai de um amigo. Outros parentes, inclusive meu outro Avô e uma Tia também pularam fora, mas eu era pequeno, e não foi um grande impacto pra mim, tenho apenas algumas lembranças esparsas.

Puxa, nunca me vi nessa situação, mas assim como a outra situação que mencionei mais acima, ela viria uma hora ou outra. É mesmo uma pena, seria mais fácil se não viesse, mas se fosse fácil, num chamava viver. A vida as vezes é um saco, mas o fim dela é algo muito agressivo pra mim. Devo ligar pra ele em breve pra dar uma força. Agora é torcer pra que tudo siga numa boa, e que o Zecão, o Rafinha e a Raquel consigam lidar bem com isso e continuarem sendo pessoas das quais o césar se orgulharia.

Em homenagem e em memória vou deixar essa música do Velvet Underground. Foi uma das primeiras que conheci e eu adoro. É apropriada pois lembro que o Zecão curtiu quando falei de Velvet pra ele e também porque na minha opinião ela fala do assunto do post:

Velvet Underground
I'm set free

I've been set free and I've been bound
To the memories of yesterday's clouds
I've been set free and I've been bound

And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion

I've been blinded but
You I can see
What in the world has happened to me
The prince of stories who walk right by me

And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion

I've been set free and I've been bound
Let me tell you people
what I found
I saw my head laughing
rolling on the ground

And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion

segunda-feira, maio 10, 2004

Não tenho mais o pique de postar que tinha antes. E agora retorna uma questão que me assombrava antes à mto tempo. Quero escrever certas coisas que certas pessoas que eu sei que leem esta humilde publicação digital não podem ler. Posso falar em enigmas, sem citar nomes, a idéia na verdade é essa mesmo, mas mesmo assim, acho que certas coisas acabam ficando realmente explícitas independente da maquiagem, e mesmo que não fiquem, algumas pessoas acabam procurando sarna pra coçar.

Penso em criar outro blog totalmente anonimo, mas perderia parte da graça.

fantino

Mas que porra! o blogger mudou tudo de novo! Acho que não gostei.

sexta-feira, maio 07, 2004

run fay run

Eu acredito, e não sou o único, que uma obra é reflete o local e período de tempo em que foi feita. Isso é ÓBVIO. Por isso sou contra coisas como Edição "Especial" de Star Wars e de ET, em que ficam re-editando o filme pra acabar com o ritmo, acrescentando robos que passam na frente da câmera ou substituindo armas por walkie-talkies. Viva South Park por perceber e saber tirar sarro dessa situação que ao meu ver é ridícula. Imagine se Picasso, ao final de sua vida, olhasse para algumas de suas telas da fase azul e resolvesse que precisava dar mais umas pinceladas, torná-las "especiais"?

E daí que os realizadores de tais obras mudaram? A obra é conseqüência daquele ponto no tempo; é óbvio que ninguém faria a mesma coisa exatamente igual duas vezes. Todo dia vemos pessoas comentando como teriam feito algo diferente na vida, que tratariam tal pessoa melhor, ou que não teriam comprado tal coisa, etc. O mesmo vale para suas realizações. É uma ilusão você achar que suas criações vão refletir aquilo que você é em um sentido monolítico e imutável da coisa, as idéias e as influências estão em constante estado de fluxo.

Falo isso tudo por conta de um e-mail que recebi ontem, que comentava um texto meu pulicado no 6horas e meia]. O zine já acabou faz mais ou menos um ano, e vários dos números se perderam na putaria que o HPG aprontou, mas esse texto foi minha segunda colaboração, eu nem era colunista regular na época. E algumas coisas nele eu mudaria, apenas melhoraria algumas frases e corrigiria alguns erros (isso mesmo, encontrei erros de português); mas não o farei. A questão é que o e-mail, provavelmente de uma garota de 13 anos, me divertiu demais, portanto decidi re-publicar a crônica aqui, sem modificações e o e-mail da tal garota (que creio chamar Marina, embora estivesse usando o e-mail da Carlinha) em seguida.

enjoy...

vestir preto no reveillon

Quando uma criança cresce, e passa pela "aborrecência", a necessidade de encontrar modelos de comportamento, grupos e crenças em que se apoiar se torna presente. Não que esse tipo de busca parta mais tarde na vida, ela continua lá, mas é nessa época da vida que as coisas começam, e é geralmente a época de maior fervor.

Acreditar em um ideal é importante e realmente ajuda a nos moldar. Mas devo dizer que nunca tive um ideal, eu sou um convico não-idealista. Pra que? Não tenho nada que me apele tanto. Claro que alguns movimentos tem minha simpatia, com algumas reservas, mas não por isso vestiria a camisa. Pensei em ajudar o Greenpeace, mas eu sou totalmente a favor de clonagem, pesquisa em células tronco, transgênicos e provavelmente algumas outras coisas que eles não simpatizam muito.

Na verdade pode-se dizer que eu apoio a evolução. Não no sentido Darwin da coisa (não que eu seja criacionista também), mas o sentido amplo. Sou a favor de algo que nos leve à frente, que nunca foi feito antes, literalmente audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve. Não vamos conseguir isso segurando a pesquisa pura e o progresso subseqüente, isso era feito na época da inquisição, e olha que maravilha que era o mundo: doenças, intolerância, execuções e progresso praticamente estagnado. Não me refiro apenas em larga escala, em tecnologia, em conquistas interplanetárias ou manipulações biológicas, também falo de comportamento, interação humana e cultura. A única instituição que tem meu total apoio é a ciência, existe algo mais nobre que a busca de conhecimento? Autoconhecimento? Auto-ajuda? Isso é muito egoísta. A ciência é pura e simplesmente a busca da verdade, por mais dura e dolorida que seja. Conhecimento é poder.

Claro que quem pratica o ócio também tem minha simpatia. Não fazer nada é melhor do que atrapalhar. E não tem nada melhor do que fazer algo porque simplesmente estamos a fim. Quando estava no colégio, realmente me sentia um protagonista e uma revolução da escola, algo inspirado no clipe "Another Brick in The Wall II", e também me sentia muito especial e ao mesmo tempo alvo de muitas críticas por ser um fã de Star Trek e jogador de RPG (NERD alert!). Além disso, acho que nunca me senti muito como parte de um movimento.

Mas algumas pessoas, me parecem, têm a necessidade de se apegar a algum movimento ou causa, apenas pelo prazer de ser mala. Na Galeria do Rock eu vejo umas camisetas com a suástica cortada ao meio, como "proibido nazismo". Puxa vida, que nobre causa, você é contra o nazismo! "Get a life" , como diria William Shatner, não deveria ser preciso uma camiseta para desprezar o nazismo, até onde eu saiba isso é uma obrigação natural de qualquer pessoa com encéfalo desenvolvido e polegar opositor.

Pior ainda são os maconheiros que não contentes em ficarem perdendo precioso tempo se drogando, ainda precisam ficar mostrando por aí que o fazem. Como se a liberação da maconha fosse uma causa muito importante, "free the hemp", puxa vida isso realmente vai tornar o mundo muito melhor. Claro que sem o advento do tráfico de drogas o mundo realmente seria melhor, mas alguém honestamente acha que legalizar a maconha vai acabar com o tráfico? Amsterdã é uma das cidades mais escrotas no mundo, e não é como a de Nova Déli ou Rio de Janeiro, é por opção! Apoiar uma causa dessas é como assinar a declaração de que se é fraco, isso mesmo, um fraco, precisar de narcóticos pra aproveitar a vida, que lama; seria muito mais interessante, inclusive para o fim do tráfico, se ninguém consumisse drogas. Afinal, nenhuma empresa consegue seguir em frente sem que seus produtos sejam comprados. "Uma erva natural num pode te prejudicar?", esse é o maior papo furado do planeta, grande parte dos venenos mais eficazes são ervas diretamente da mãe natureza. Esta frase costuma ser usada, em versões modificadas e variadas por naturalistas, macrobióticos, vegetarianos e outros chatos.

Esses aliás não tem o menor senso de "timing". Uma vez eu estava apreciando uma boa refeição quando uma amiga vegetariana me disse "isso que você está comendo é um animal em estado de putrefação". Honestamente? Vai à merda! Isso é hora de ficar falando essas coisas? Tratando o assunto assim, a pessoa sai do campo da crítica e do debate e entra no campo da total falta de respeito; é como se eu entrar numa missa e arrotar na cara do padre ao invés de publicar uma crítica construtiva da religião católica. Agindo de maneira não educada você perde totalmente a razão e ninguém irá levar sua crítica a sério, por mais certo que você esteja. Você pode não querer comer carne por qual for o motivo, mas não tente me convencer de que eu vou morrer por isso, de que minha vida é menos saudável que a sua (ao contrário da crença geral dos naturebas, comer carne não significa comer EXCLUSIVAMENTE carne, eu como de tudo). Claro, eu também não preciso de carne pra viver. Mas eu também não preciso de chocolate, eu como porque eu gosto. E garanto que se a galinha tivesse os meios, me matava pra fazer um Mafra ao molho pardo. Se comer carne é tão ruim assim, porque eles continuam tentando imitiar os nossos pratos? "Feijoada Vegetariana"? "Torresmo de Soja"? Isso é como aquelas bonecas infláveis: algumas pessoas até tem prazer, mas a maioria tem vontade de rir. Ok, confesso que já comi uns quitutes naturebas, e não eram ruins, mas não abandonei o rosbife. Por mim podem
continuar divulgando o meio de vida deles, numa boa, só não quero que atrapalhem minhas refeições sangrentas.

Eu vi uma menina escrever para a revista Capricho dizendo que eles deviam "falar mais da realidade". Que realidade? O que é a realidade? Ouvir "O Rappa" não a torna uma garota do morro, ela ainda é uma menina de classe média que tem medo de pegar ônibus da escola pra casa. Ainda por cima: Revista Capricho? A revista mais fútil do planeta. Com o agravante de não ser como uma Caras, que veste e admite sua futilidade; fica se mascarando sob pretextos pseudo-educativos e pseudo-intelectuais.

Como eu disse, procurar modelos de comportamento e ideologias para seguir é algo
importante na vida, é parte de um sistema de identificação na sociedade. Mas acho que antes de mais nada é preciso realmente entender aquilo que se está apoiando, se é algo realmente produtivo para você ou para o bem comum, e se você tem a capacidade, potencial e disposição necessários para tocar isso pra frente. Perder uma discussão por estar errado é mais nobre do que perder uma discussão por falta de argumento/conhecimento. Será que a falta de conhecimento não estaria na raiz da própria causa? Eu realmente não sei de tudo, nem de todas as causas. Defender uma causa pra mim me parece algo importante, que deve ser levado a sério, e provavelmente o problema atualmente está justamente nisso. As pessoas gostam de brincar, de fazer arruaça, e escolhem o primeiro símbolo "legalzinho" pelo qual fazer isso. Nessas manifestações anticapitalistas que vejo por aí, aposto que ao menos 80% dos atendentes não faz idéia do que está gritando. Eu também adoro confusão, possivelmente uma confusão global seja o único meio do mundo mudar de verdade, mas não me escondo atrás das idéias dos outros para causar tal confusão.

É fácil para alguém como seu, sem causa, falar mal, mas pelo menos o mínimo para não tornar o mundo pior eu faço. E como parte do mínimo, eu não me engajo em causas em que não acredito. Cinicismo e sarcasmo são meus meios de vida, ser politicamente correto não funciona mais pra mim, quero comprar uma camiseta "morte ao mccancer" e ir ao Mc pedir um número 1. Quero comer picanha na sexta-feira santa. Quero vestir preto no reveillón. Posso ter cometido erros crassos em algumas das minhas críticas, mas paciência, entendam que não sou um cara malvado, apenas desiludido, se alguém se sentiu ofendido com algo que escrevi, use isso para evoluir, pois a minha crítica postada aqui não é nada comparada

E agora o tal e-mail da garota:

Olá senhor Fernando Mafra,
eu li um coméntário seu e estou chocada...você diz que nunca fez parate de um movimento onde por exemplo, as pessoas utilizam camisetas com suásticas coratadas...e aí?! por isso nós devemos deixar de nos revoltar com um mundo que parece năo ter concerto?! que os adultos de hoje o destroem achando que ISSO é evoluçăo...francamente...! Preste atençăo no que acontece a sua volta...pessoas nacionalistas exageradas e homofobicas matam e torturam as pessoas que resolvem ter uma outra opçăo sexual ou porque SIMPLESMENTE POSSUEM UMA COR QUE NĂO O AGRADAM E ATÉ OS ENOJAM!!!! eu conheço isso de perto...tenho muitos amigos racistas...mas nem por isso aceito o que eles acham certo...você nos chama de ABORRECENTES o que você tem na cabeça?!?!?! se nós aborrecemos os adultos é porque vocês estăo longe MUITO longe de nos entender... entender que se somos aborrecidos temos nossos motivos...mas também...năo é para menos se é que você me entende... o mundo está um PORRE!!! TODO MUNDO SE MATA SEM QUALQUER RAZĂO!!! VIVEMOS NUM MUNDO EM QUE SOMOS ABANDONADOS QUANDO PEQUENOS...POR QUEM??!! ADULTOS IRRESPONSAVEIS!! colocar a culpa na gente é muito facil cara...dificil é assumir que a culpa é toda de vocês...e que nós apenas refletimos o que vocês săo e fazem com o NOSSO MUNDO!! você zuou daquela garota que pediu que a revista escrevesse sobre a realidade...por algum acaso você sabia de que realidade ela estava falando?? DA DELA!!
NĂO DA SUA OU DE QUALQUER UM...E SIM DA DELA... VOCÊS QUEREM QUE AGENTE SE ENCAIXE NO MUNDO DE VOCÊS SEM QUESTIONAR...QUE O SINONIMO DE FELICIDADE É CASAR E TER FILHOS...HÁHÁHÁHÁ!!! SINCERAMENTE A FELICIDADE NĂO É ISSU CARA...FELICIDADE É TER A LIBERDADE DE PODER FAZER O QUE ENTENDE DENTRO DE UMA RESPONSABILIDADE SEM TER QUE LEVAR UM TAPA QUANDO ERRAR...POIS É ERRANDO QUE SE APRENDE...agora vocês năo nos deixam evoluir...temos de ser miniaturas de vocês sem questionar...e vocês ainda se perguntam PORQUE ESSE MUNDO NĂO ANDA!!! C VOCÊS ERRAM NÓS ERRAMOS TAMBÉM POIS TEMOS DE EXATAMENTE COMO VOCÊS...eu năo axo isso certo!! você deveria repensar seus conceitos porque sinceramente eles săo muito superficiais...você năo sabe absolutamente NADA sobre adolescentes...soh o suficiente que você viveu...e acha que o que você acha é o certo...sinto muito...mas essa năo é a verdade!!!
Valeu ae pela atençăo...é legal quando somos escutados de vez em quando!
Se quiser falar comigo ou tirar satisfaçơes por esse e-mail pode entrar em contato que terei muito prazer em falar com o senhor...ma_rina6@zipmail.com.br....Tchau...


Vou reter meus comentários, por favor façam os seus....

quinta-feira, maio 06, 2004

free and easy

É realmente ótimo quando as pessoas simplesmente confiam que você fará um bom trabalho e não propõe impedimentos. Simplesmente há algo a ser feito, você pára e pensa o que é o melhor, faz e acabou. As críticas vêm baseadas em necessidades reais, e não frescuras pessoais. Isso me aconteceu duas vezes recentemente, eram coisas pequenas, mas a satisfação foi grande. Me deixa orgulhoso de mim mesmo e bastante contente com o resultado. É o tipo de relação que eu gostaria que sempre acontecesse. Infelizmente essas são as excessões.

Pergunta: Por que as músicas da Ayumi Hamasaki tem todas nomes em inglês se são todas cantadas em japonês?


Sonna kanji de junbi wa ii kai?

quarta-feira, maio 05, 2004

city girl

Lembrei! Tive idéia pra dois roteiros de quadrinhos, depois de um bom tempo com "bloqueio de escritor" (que eu acho que não existe), acho que vão ficar legal, é só colocar a idéia no papel agora pra não perder.

subterrenean homesick alien

Então, acabou que até agora não vi a versão original de Dawn of the Dead. Mas já já chego lá. A cada momento aparece uma coisa diferente pra fazer que num tem nada a ver com nada mas que eu tenho que fazer.

E também acabou não dando tempo de colocar Kill Bill e Dawn em pauta na aula de ontem. E tenho bastante certeza que não dará tempo de fazer o mesmo semana que vem, que será a ultima aula, depois vai haver um recesso de duas aulas pra preparação dos seminários do fim do curso. Adiantando já que a data da minha apresentação será terça-feira, dia 08/06.

Eu andei falando que o tema era homem-aranha, e bem; realmente é homem-aranha, mas não só ele. E esse é o problema, não estou fazendo o seminário sozinho, é um dupla, e fazer esse recorte do aranha me pareceu uma idéia muito boa, que daria pra detalhar bem. E honestamente estou meio pessimista com o rumo que a coisa está tomando. Agora vamos falar da evolução dos super-heróis e como eles são afetados por suas épocas, e então exemplificar. Meu grande problema é que isso é material demais para pesquisar, e material que eu não tenho assim à mão; eu falarei dos anos 80-00, e muita coisa que "sei" eu não lembro bem de onde tirei, provavelmente foi do documentário do history channel, só que eu não tenho uma cópia.

Bom, quem tiver palpites e puder me emprestar material ficaria imensamente agradecido. Por sorte não tenho que entregar nada escrito por enquanto, mas tenho que fazer uma apresentação sólida. Não quero falar coisa errada pra depois ter que me contradizer na parte escrita (que vai me fuder horrores, já estou vendo).

Mas ao menos eu curto Super-Heróis.

Mas que bosta, esqueci de uma coisa legal que eu queria falar...