quinta-feira, março 11, 2004

young americans

Fui ver Dogville hj com a Michelle, que voltou da labuta náutica.

Grande filme mesmo, não há como negar. É um ótimo exemplo para mostrar como a mensagem a ser passada pode ser altamente influenciada pela forma em que ela é passada. Ou seja, a história é muito boa, o que ela tem a dizer é muito boa e a forma como ela é contada é também muito boa e foi sabiamente escolhida. Não vou entregar nada, quem estiver afim, deve satisfazer a vontade.

Pessoalmente, o filme me revelou algo sobre eventos recentes. Mas o aprendizado adquirido justamente com esses eventos me impossibilitam de explicar isso aqui nessa coisa. Me sentiria tão exposto quanto os habitantes de Dogville.

Para colocar lenha na fogueira, o filme também me fez pensar sobre o tratamento dado aos Quadrinhos (algo que pretendo expor na reunião de amanhã do Núcleo de Pesquisas de Quadrinhos). E vc vai perguntar: Que merda que esse filme tem a ver com Quadrinhos? Bem, eu fiquei pensando sobre esses lances de linguagem e discurso. Quando filme usa (bem) e faz referências (bem) à linguagem do Teatro e/ou Literatura, como claramente é o caso de Dogville, a crítica e o público apreciador acha absolutamente genial e incrível. Quando um filme faz o mesmo tipo de coisa com Quadrinhos (como no caso de Hulk, Matrix - e dependendo da interpretação filmes desde os primórdios do cinema) essas referências/usos são ou ridicularizados ou completamente ignorados. Isso é que é uma injustiça dogvilliana....



Some things you have to do yourself.(a melhor citação do filme seria um SPOILER gigantesco)


Acontecimentos divertidos relacionados à sessão:

- Eu tinha comprado um massageador de pés na liberdade e durante o filme fiquei massageando meu pé!
- O celular da Michelle tocou e eu quase bati nela
- No final do filme, numa cena que muitos podem considerar cruel, um cara soltou uma risada. Eu e a Michelle demos gargalhadas da reação do cara.
- Na saída encontramos com o Ricardo, e enquanto deixávamos o local, Marta Suplicy, Luis Favre e mais uma meia-duzia estavam entrando. Queria ter tido alguma reação hostil, mas fiquei tão chocado com a visão de tanto Botox que não consegui reagir.

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