nerds pra que te quero
Na Folha de hoje saiu uma matéria tratando da nossa queria CampusParty. Havia as informações básicas de sempre, inclusive considerando baixo o número de mulheres presentes (cerca de 20% - que foi considerado alto pelos organizadores espanhóis) - na minha opinião, o número pode sempre ser maior.
De qualquer maneira, na reportagem o evento era chamado de festa nerd. Foi assim também que um amigo a classificou quando descrevi, e é como muitos se referem à Campus Party afinal. Hoje cedo mesmo minha irmã comentou "puta coisa de nerd isso".
E é verdade. É super nerd mesmo (ou geek se preferir, o debate sobre a diferença dos dois termos continua). Li em algum lugar, e agora vou pedir perdão pois não lembro se foi na Folha, que mal havia conversa entre os participantes, todos ficavam se comunicando exclusivamente pelos computadores - Fiquei revoltado, uma mentira deslavada, ontem, na área do CampusBlog todos estavam interagindo fisicamente (interprete como quiser). Já hoje, quando circulei mais e mudei de lugar percebi que realmente há muitas áreas em que a interação fisica é deficiente.
Isso me entristesce um pouco, já que acredito que o propósito de pagar 100 reais, se deslocar, ficar dias dormindo numa barraca e (talvez) tomando banho em um banheiro coletivo é fazer algo diferente daquilo se faz em casa. No momento testemunho de longe a grande movimentação no BarCamp e no CampusBlog, enquanto que por razões contratuais tenho que ficar nessa inexpressiva área de Criatividade.
Voltando aos nerds, hoje estão circulando pelo Campus alguns agentes do Jornal de Debates com camisetas dizendo "Para que serve um nerd?" justamente para dar uma chacoalhada no ego dos presentes. Para tirar a foto que vocês vêem aqui paguei com um depoimento para o site respondendo à pergunta (e burramente não divulguei o blog na mesma).
Na minha opinião os nerds servem para levar o mundo adiante. Ou quase. No fundo mesmo nerds são pessoas dedicadas, quando escolhem um assunto eles se entregam de corpo e alma. Esquecem convenções pequenas e vão até onde quiserem. É assim que pessoas ficam horas na fila para o ingresso de um jogo, dias acampados para um show, e uma semana acamapados com seus computadores.
Claro que há um elemento de ridículo nessas situações, mas ao se entregar o nerd escolhe dois caminhos: Percebe o ridículo e o inclui na diversão ou cria uma racionalização paranóica e leva tudo a sério. Gosto de pensar que me enquadro na primeira opção (hoje em dia, ao menos). O nerd se comporta como uma criança quando o assunto é o seu eleito, e muitas vezes aje de acordo.
Se entregando dessa maneira é que ele é capaz de levar algo ao seu máximo potencial, de fato impulsionando o mundo.
1 comentário:
"inclusive considerando baixo o número de mulheres presentes (cerca de 20% - que foi considerado alto pelos organizadores espanhóis)"
Putz, aqui no Nova Física a proporção é parecida...
Enviar um comentário